"E se eu esticar tanto, tanto os braços...", o que pode acontecer?
Ouvi esta frase três dias seguidos. Pensei logo: eles podem partir, separando-se da nave-mãe, o corpo, eu, vão-se embora, devagar, como pequenos submarinos em lenta propulsão, ou naves não tripuladas que trinta anos depois chegam a algum lado mas, para mim, o gajo de trinta anos antes, que adianta? Eram meus, os braços, e foram-se embora. E agora? Como abraçar?
Claro que esta coisa de perder os braços podia ser melhor trabalhada, podia usá-los como boomerangues, ora um ora outro, com objectivos precisos e não demasiado longínquos para não acontecer aquela merda dos trinta anos, ora um ora outro, à volta fazer-lhes perguntas, trabalhar os dados, muito complicado seria planear a parte mais difícil de todas, a REENTRADA no corpo de que um dia partiram.
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