segunda-feira, 23 de julho de 2018

Do que eu me lembro da Guiné - primeira parte.

 
Um amigo meu convenceu-me a ir - fins de Abril passado - falar sobre a minha área de trabalho à Guiné. Esclareço uma vez só que ao dizer Guiné refiro-me à Guiné-Bissau. E especifico que a minha área de trabalho é o diagnóstico e tratamento agudo do acidente vascular cerebral (AVC).

A ponte aérea da TAP entre o Porto e Lisboa é um atraso de vida. O que é o pior que se pode dizer sobre uma ponte aérea. No dia em que eu devia ir para Bissau perdi a ligação em Lisboa. Providenciaram-me um hotel em Santa Iria da Azóia e bilhete para dois dias depois. Passei a noite a vinte kms de Lisboa e junto a uma churrascaria que reclamava serem os frangos "Virados Para Si!". Ao jantar assisti ao Liverpool-Roma até aos 4-0 e subi para o quarto e para o wifi.
Na manhã a seguir fui apanhar o Alfa Pendular a Lisboa e vim passar o tempo de espera a Serralves. Bem pensado!

Chega-se a Bissau noite fechada. O aeroporto de Bissau chama-se Osvaldo Vieira, um herói da luta pela independência. Tínhamos um simpático casal de portugueses à nossa espera. As formalidades existem e é preciso preencher um formulário onde se estabelece a residência temporária e data previsível da partida. Os vistos já tinha sido tratados. A mala apareceu. Lá fora dezenas de taxistas esperavam pelos potenciais clientes. Havia alguma presença militar. Fomos desviados desta confusão e embarcámos num jeep que foi conduzido pela nossa destemida anfitriã até ao centro de Bissau e ao Hotel Coimbra. O quarto era correcto com um pé direito alto e um WC qb. Ah, e ar condicionado, claro! O gerador do hotel arrancou várias vezes durante a noite e o ar condicionado também.

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