domingo, 6 de maio de 2018

As árvores brilhantes.


Estudei as leis da física no liceu. A luz acontece-nos. Felizes os que vêem. Por isso eu digo que está sempre sol ou então não havia dias. 

Mas eu acho que não. Sempre... não. Ainda sexta-feira à noite, ou ontem, sábado, era manhã. E ele há sítios anónimos, coisas de nada, momentos pequenos e discretos onde estaciona o pensamento e por ali fica horas, e sabemos a razão. Esses sítios, onde coisas de nada houve e momentos acontecem, se com árvores, estas ficam brilhantes, o verde subido, como se uma canção.

A minha explicação, e parece-me a única possível, é que dos olhos que viram parte uma luz autónoma, um extra de calor, e que ilumina as árvores que, testemunhas, estão ali.

E é assim.


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