Estão a morrer todos. Estes artistas, estas vidas. Peregrinos de um estar marginal que, paradoxalmente, este Portugal permitia. Álvaro Lapa nasceu em 1939 em Évora mas passou os últimos anos da sua vida no Porto, esta actual capital do turismo europeu, que ele apelidava de "a prisão possível". Morreu em 2006.
Bebeu aqui, ali, acolá. Vergílio Ferreira no liceu, depois Charrua, depois Areal. Aprendeu a pintar fora do sistema mas com a gente do momento. Um escritor falhado (Vergílio Ferreira meteu-lhe medo?), contou as suas histórias pintando. Surrealista a atitude, sempre. Marginal até ao fim, deu "aulas" na ESBAP. Pendurado entre o Expressionismo Abstracto americano, o Informalismo europeu, a Arte Povera e alguma imagem Pop. O seu ídolo Robert Motherwhell era um modelo, um pintor com uma formação profunda em filosofia e nas outras artes.
Portanto, cada quadro uma narrativa. E como dizia Beckett, "Falhar melhor."
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