São meus os anos oitenta e depois os anos noventa. Para dar um exemplo, lembro-me de agarrar-me furiosamente ao optimismo que nos anos noventa provinha da música electrónica e pop japonesa, constituida por uma dúzia de fascinantes nomes descendentes em linha directa dos Yellow Magic Orchestra e de muita coisa do lado de cá. Os Kyoto Jass Massive, os United Future Organization (U.F.O.), os Soul-Bossa-Trio, a Fantastic Plastic Machine. Pelos nomes via-se ao que vinham. Ouvia-os até ao cansaço.
Os U.F.O. tinham uma pequena editora, A Browswood Workshop, que no fim de 1993 (claro!) editou uma colectânea chamada "Multidirection" onde esta malta cantava toda. Gostei sobretudo do tema de um grupo chamado "Small Circle of Friends" - "pequeno grupo de amigos", coisa que eu nunca tive, o tema "Sittin' On A Fence". E o que é a canção? Um fantático rap em japonês cujo gatilho é "sittin' on a fence": estar algures empoleirado numa vedação e a pensar, a pensar, salto ou não, passo ou não para o outro lado, e calmamente decidir e a passo caminhar para é certo, escolhido o lado correcto. Que engraçado! E, pergunto-me, porque penso eu agora nisto? Sei que são também meus estes anos de agora...
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