Marie van Goethem teria 14 anos quando posou para a escultura. Não era a primeira vez que posava para o artista. Filha de uma lavadeira, viúva de um alfaiate, era a irmã do meio de um conjunto de três que tentavam a sua sorte nos Ballets de Paris. Chamavam a estas pequenas adolescentes à procura de sucesso "Les petit rats". A sua vida cruzava-se frequentemente com a prostituição.
A escultura chama-se "La Petite Danseuse de Quatorze Ans", é em cera, material curioso, como se fosse um ex-voto. Tem por cima um tutu, um corpete, e um laço no cabelo; este é verdadeiro, cabelo humano verdadeiro. A figura da rapariga quase desenha uma figura de ballet, a quarta posição, numa cara de esforço. O corpo é recém-púbere, magro.
Houve quem lhe chamasse a "primeira escultura moderna". Outros viam na figura o "vício" da possível história do modelo, do "petit rat", da prostituta.
Depois da morte de Degas foram fundidas várias réplicas em bronze.
Uma delas devia estar no átrio da Opera de Paris e saudar todos os que ali se deslocam para ver um espectáculo de ballet.
Marie van Goethem deixou de ir às aulas no fim de 1882 e ninguém mais soube dela. Pouco antes a irmã mais velha fora presa por furto. A irmã mais nova chegou a ser bailarina e professora nos Ballets da Opera de Paris.
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