Marc Chagall nasceu em Vitebsk, numa remediada família judia russa, hoje Bielorrússia. Muitos anos depois naturalizou-se francês.
A sua procura de uma educação pictórica levou-o até S. Petersburgo e depois Paris, onde o contacto com a vanguarda do momento lhe deu a côr para compor o seu modelo muito particular de pintar, algures entre o simbolismo e o fauvismo, com uma liberdade muito grande na composição do quadro e um lirismo evidente na evocação dos temas da sua origem judia, russa, e da sua família.
O seu modo de pintar estava constituído quando voltou à Russia em 14 e, preso pela Grande Guerra, por lá ficou. Já com alguma fama teve alguns cargos de importância depois da Revolução de Outubro mas, desiludido, partiu para Berlim em 22 e para Paris em 23. Era agora um pintor famoso, e quando o nazismo ameaçou, foi prontamente importado pelos Estados Unidos, mais concretamente em 41.
Voltou depois para França, onde viveu no sul até morrer, pintando sempre de alguma forma o mesmo quadro, com o mesmo lirismo, talvez menos solto de formas e temas. A seguir a Picasso pode ser considerado o maior produto da dita Escola de Paris.
"Moi et le Village" é de 1911 e inaugura a pintura que conhecemos como de Chagall. A cor solta, as figuras perdidas ou não pelo quadro mas no sítio certo, algum toque do cubismo então presente, um quadro pintado em Paris mas a falar da terra de partida.
"Paris par la fenêtre" é, pelo contrário, o retrato de Paris pelos olhos encantados do pintor.
"Sur la Ville", pintado na Rússia em 1918, prolonga o período fulcral da obra de Chagall. Só ele poderia pintar com a maior das naturalidades um casal voador de apaixonados, neste caso ele e a sua esposa.
"La Crucifixion Blanche", pintado em 38 em Paris, antecipa a Guerra que começaria no ano a seguir, e o sofrimento russo, ortodoxo e, de uma forma diferente e mais definitiva, judaico.
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