segunda-feira, 6 de abril de 2020

Pierre Bonnard (1867-1947)

A evolução da pintura no início do século XX girou à volta da cor. Tudo tinha começado com os impressionistas. Depois o binómio Gauguin-Van Gogh, sobretudo Gauguin, abriram todas as possibilidades: uma tela servia para colocar nela cores. A cada um decidir como, a realidade viva um pequeno ponto de partida, e veio Kandinsky dizer que nem isso era preciso (o primeiro abstraccionsimo dele era muito colorido). Bonnard pertenceu a um movimento, os "Nabis" (hebreu para "profetas") que, tutelado por Gauguin, pretendeu reequacionar a questão da cor, a partir da base impressionista.
Pierre Bonnard nasceu perto de Paris numa família da pequena burguesia. Estudou  e praticou direito mas progressivamente a pintura tomou a primazia.
Os "Nabis" começaram em 1889 e funcionaram como grupo até ao século XX. Em 1893 Bonnard conhece Marthe, a sua companheira e modelo para a vida. Bonnard avança e recua na sua proximidade com os impressionistas. Colecciona estampas japonensas e faz imitações das mesmas, Hokusai, etc. Faz amizade com Matisse mas não o acompanha no fauvismo. A sua maturidade, que surge em parte com o conhecimento da luz do sul, é uma explosão do uso da cor, muitas vezes parecendo os quadros constituir mosaicos de pequenos losangos coloridos, numa luminosidade sem par.
Marthe era uma companheira difícil, com uma saúde mental delicada. A sua morte em 1942 debilitou Bonnard que a seguiu pouco depois. O passo à frente a partir do Impressionsimo deu-o Bonnard.

"Nu à contre-jour", de 1908, é talvez o primeiro quadro em que Bonnard pinta Marthe e cria uma obra-prima de luz e cor. Pinta-la-ia centenas de vezes.


"La porte fenetre avec chien" apresenta uma solução de luz e cor para uma equação que Matisse resolverá do outro lado da estrada.

The door window with dog, 1927 - Pierre Bonnard

Nos últimos anos Bonnard era só as cores que pintava.  Como em "L'escalier du jardin", c.1940.

The garden steps, 1940 - Pierre Bonnard


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