Paul Klee nasceu na Suiça filho de pai alemão. Foi portanto como alemão que foi para Munique para se fazer pintor. O seu crescimento artístico foi lento. Visitou Itália e Paris. Participou na 2ª exposição do "Blaue Reiter", com Marc e Kandinsky, em 1912. Mas foi só com a sua visita à Tunísia que, perante as cores do Norte de África Klee passou a considerar-se "pintor". E assim foi.
É difícil precisar de onde vem Klee. Uma pista é o pintor considerar parte da "sua obra" uma vasta colecção de desenhos de infância". O sua obra, imensa, privilegiando o pequeno e médio formato, inventa um mundo outro, ora abstracto ora figurativo. Qualquer obra de Klee faz-me sorrir. É um mundo mágico, cheio de alegorias e que ora elogia ora se zanga com este mundo cá fora. Sim, é uma pintura muito espiritual. E simples, porque a verdadeira espiritualidade, como o génio, é simples. Klee não pertence a uma escola nem a um movimento. Coincidiu com alguns mas o seu percurso foi sempre só o seu.
Klee deu aulas em vários sítios da Alemanha, na Bauhaus, por ex. O advento do nazismo amputou uma brilhante carreira. Paul Klee fugiu para a Suiça. Tinha-lhe também sido diagnosticada uma esclerodermia. Procurou a naturalidade suiça, que só lhe foi concedida semanas após morrer, em 1940.
"Hamamet" é de 1914 e exemplifica o ponto de partida tunisino do novo Klee.
No trabalho de Klee não há obras menores, a maravilha pode aparecer num bocado de papel sobre o qual se pinta a aguarela: "Avec les marches", c.1918
"Polyphonie - Ad Parnassum" de 1932 assume uma ligação à música. Klee tinha formação musical e pretendia que os seus quadros tivessem um ritmo… polifónico.
O figurativismo de Klee tem uma graça própria. Uma melancolia. Vidé "L'Homme Marqué", de 1935, pintado já no exílio suíço.
Klee é o meu pintor do século XX.
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