quinta-feira, 31 de maio de 2018

A Conceição.

Nunca tivemos um doente em comum, à excepção de uma a cujo casamento assisti há meses. Lado a lado trabalhámos, à noite, claro, meia dúzia de vezes se tanto, na emergência, onde havia de ser. A mesma especialidade, preferimos caminhos diferentes, vivendo na mesma casa mas não frequentando o mesmo refeitório.

E, no entanto, quem ia adivinhar a falta que a Conceição Sousa Dias me fez hoje!

domingo, 6 de maio de 2018

As árvores brilhantes.


Estudei as leis da física no liceu. A luz acontece-nos. Felizes os que vêem. Por isso eu digo que está sempre sol ou então não havia dias. 

Mas eu acho que não. Sempre... não. Ainda sexta-feira à noite, ou ontem, sábado, era manhã. E ele há sítios anónimos, coisas de nada, momentos pequenos e discretos onde estaciona o pensamento e por ali fica horas, e sabemos a razão. Esses sítios, onde coisas de nada houve e momentos acontecem, se com árvores, estas ficam brilhantes, o verde subido, como se uma canção.

A minha explicação, e parece-me a única possível, é que dos olhos que viram parte uma luz autónoma, um extra de calor, e que ilumina as árvores que, testemunhas, estão ali.

E é assim.