segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Da Cláudia.

Querida Cláudia: 

Sempre foste para mim um mistério. Como eras tu possível? 

A tua bondade parecia sem fim! E ao longo dos dias - quando te conheci em 82 - dos meses e anos - no curso, em Lisboa, numa vida e nas tuas várias opções profissionais, sem fim parecia ser o teu bem querer! 
Mas - ah! oh! - sempre desconfiei, sempre duvidámos, não podia ser assim, este ou aquele sofrimento, um que outro nó górdio de maldade dura pela frente devia fazer recolher e esconder-se o ser formidável, calar a voz que sempre interrogava, para um bem Maior. Mas não.

Desisti. Serias como eras. E até o entusiasmo de ver os teus pais em consulta - há tanto tempo terá sido que se calhar o sonhei - de forma a melhor te estudar (através deles) eu perdi.

Ultrapassas-me, Cláudia. Sempre foi assim. Mesmo na primeira vez que falámos no 79 e tu desceste no Marquês.

Temos falado ao telefone. Covid. A tua Mãe muito mal, o teu Pai um pouco menos. Agradeces-me a chamada. 
Não sabes, no meio do terrível falar que entre nós acontece ao telemóvel, o bem que me faz, por milagre, ouvir-te (sim!) rir. 

Porque o teu perene riso cristalino - sim, a padaria chamava-se Cristal - foi para mim, todo este tempo que admirado te conheço, um mistério ainda maior.

P2.

Vejo agora os nossos principais responsáveis políticos a usarem máscaras P2. A Ministra da Saúde, o Secretário de Estado, o gajo da Task Force, o Marcelo.

Para nós comuns mortais é mister esperar pelas indicações da Comissão Europeia ou uma merda assim.