quarta-feira, 27 de maio de 2020

Pintura depois da 2ª Guerra Mundial.

Acabei finalmente  de enumerar os pintores que me suscitam particular admiração no período de tempo que vai desde 1870 (o instituir do Impressionismo) e os anos 30 (o Surrealismo como referência).
A pintura na década imediatamente anterior ao início da 2ª Grande Guerra viveu à volta do referente surrealista. Outra pintura que acontecia foi ou não revalorizada apenas depois de 1945.
Os pintores que apresentei apresentei-os com pobres e roubadas palavras, por elas apresento as minhas desculpas.
Que as vinhetas dos quadros me tenham redimido e também suscitado a curiosidade de quem leu e viu para conhecer mais.
Estaria a pintura toda feita em 1945? Quase parecia que sim.
Mas essa segunda metade dos anos 40 rapidamente nos veio explicar que não.


Kurt Schwitter's Merzbau.

A obra mais importante e inovadora de Schwitters já não existe. Era uma casa dentro de uma casa, construída com a estética "merz" que Schwitters havia inventado dentro do movimento Dada. A casa não era a dele mas a dos pais, e a construção foi-se fazendo entre 1923 e 1936. Depois Schwitters fugiu para a Noruega. Começou a construir outra Merzbau em Lysaker, perto de Oslo que poucos anos depois ardeu. Ao mesmo tempo criou um barraco numa ilha isolada do norte da Noruega perto de Molde, o Schwittershytte, cuja decoração interior ainda hoje existe. A Noruega invadida pelos nazis, fugiu para a Inglaterra, onde soube do bombardeamento aliado que destruiu a casa dos seus pais e portanto a Merzbau original, e foi no seu interior rural, no vale de Langdale na Cúmbria, que Schwitters criou a sua última invenção "de interiores", o Merz Barn, de que hoje sobrevive uma parede em exposição num museu em Newcastle, e o sítio e a casinha, sede de reuniões e residências artísticas.

Da Merzbau de Hanover já se fizeram várias reconstituições, seguindo uma série de fotografias que foram feitas da obra no início dos anos 30. Reconstituições feitas, não me constou que nelas lá tivesse alguma vez vivido alguém, faltando o testemunho dos pais de Schwitters para saber… como era, como foi.

Merzbau (Teilansicht: Grosse Gruppe)

Fotografia da Merzbau original.


Detalhe de uma reconstituição em museu da Schwittershytte.


The Merz Barn installation.


domingo, 17 de maio de 2020

Vítimas de um sucesso ou calha que nem todos temos razão.

Em 1993 fui a um congresso sobre hipertensão em Milão. Foi uma viagem a vários títulos memorável. A Lombardia é conhecida pela qualidade da sua medicina. Na área da hipertensão Milão dava então cartas, e não só devido ao Professor Giuseppe Mancia, de quem eu li dezenas de artigos e que hoje tem 80 anos mas então tinha a idade que eu tenho agora.

Já não me lembro se o primeiro positivo foi internado no Santo António ou no São João.  Os primeiros casos internados no Hospital de São João ficaram em Infecciosas,  que tem uma enfermaria e camas de intensivos. Rapidamente estas camas não chegaram e Infecciosas invadiu Ginecologia,  depois Cirurgia Vascular,  a seguir parte dos dois pisos da Medicina Interna e também  Ortopedia.  O internamento de ORL passou a servir como câmara de espera para os doentes pendentes de internamento por qualquer razão e onde o resultado da fatídica zaragatoa ainda não era conhecido. Tudo isto no que diz respeito a internamento de enfermaria. As camas de intensivos de Infecciosas rapidamente deixaram de chegar. Os doentes Covid 19 invadiram os Cuidados Intensivos do piso 6, que duplicou as camas. Depois a Unidade Pos Anestésica do piso 5 também virou Intensivos Covid 19 +, e idem os Neurocríticos do 8. Todas estes espaços tinham ou criaram camas de Intermédios anexas mas, porque não foram suficientes,  os Intermédios da Medicina Interna no 4 também passaram a ser Covid 19 +.
Não me vou alongar sobre toda a rotina hospitalar que teve que parar, os profissionais de saúde infectados. Falar da extensa equipa de Infecciologistas, Internistas, Intensivistas, Emergencistas e uns quantos de outras Especialidades que se voluntariaram e que trabalharam ao lado de uma equipa muito ampliada de  Enfermeiros e Auxiliares, grande parte deles sem experiência prévia  de Intensivos.
Nada disto aconteceu por capricho ou mania. Foi preciso que acontecesse. 
Ah, já me esquecia do Serviço de Urgência.  Foi pública a adição do hospital de campanha do INEM. A Área Laranja foi transformada numa área para 'Respiratórios e Covid 19 positivos". A Área Amarela recebeu como extra os laranjas não respiratórios e, de área atravancada com todo o tipo de doentes passou a área ainda muito mais atravancada com doentes. Na Urgência montou-se uma TC com objectivo de estudo pulmonar rápido.  Tudo isto mantém-se, embora a tenda INEM já tenha sido desactivada.

Passou um mês sobre a expansão máxima do polvo Covid 19, parte, repito parte das alterações que aconteceram ao meu Hospital foram revertidas. Ainda se mantêm bastantes.

São muitos os artigos hoje nas redes sociais sobre o exagero do Estado de Emergência, o disparate do Confinamento, a mariquice do Distanciamento Social e do uso de máscaras. Artigos escritos as mais das vezes, surpresa, por licenciados, doutorados e outros tarados.

Como se a Itália tivesse sido um azar "deles", a Espanha uma patetice "deles", Manaus e Nova Iorque coisas de um "outro hemisfério", por aqui impossíveis.

Eu sei o móbil que explica essa revoada de artigos: o dinheiro. O dinheiro que nos vai fugir a todos porque já há uma crise. Uma crise que se adivinha como nunca vimos. Embora não acredite que nenhum desses escritores vá passar fome, como já há em Portugal.

Meus Senhores, parai um pouco de escrever essas merdas e ide-vos foder!

sábado, 16 de maio de 2020

Kurt Schwitters (1887-1948)

Kurt Schwitters nasceu em Hanover mas a sua formação aconteceu entre Dresden e Berlim. Começando por participar na revista Der Sturm, entrou depois pelo movimento Dada adentro mas criando uma versão muito pessoal e que, na realidade, é a melhor ponte que existe entre a pintura de antes e a de depois da 2ª Guerra Mundial. Schwitters começou a criar pinturas que na realidades eram assemblagens de materiais que eram ou pretendiam ser os restos e os detritos da sociedade industrial. Criou o movimento "Merz", das quatro letras que subsistiam da palavra "Kommerzbank" num quadro seu. E foi inventando a "Merzbau" dentro da sua casa, a "Obra Merz", como que uma casa-dentro-da-casa que foi invadindo divisão atrás de divisão, até que um bombardeamento aliado acabou com a coisa em 1943. Foi também escritor e poeta fonético (!). Morreu relativamente cedo no exílio na Inglaterra, ele que tivera que fugir primeiro para a Noruega em 1937 como autor de "arte degenerada", assim chamado pelos nazis. Assim evitou ele que nos interrogássemos nós por onde levaria ele a sua arte.

"Revolving" é de 1919. Mas podia ter sido criada ontem.

Revolving, 1919 - Kurt Schwitters

"Oorlog" é de 1930 e continuam as collages e a reutilização aqui dos recortes de jornal, o título saindo do texto que no quadro sobra.

Oorlog - Kurt Schwitters

"Merzpicture with rainbow" é de 1939. Um quadro tridimensional, algo que em poucos anos gase tornaria muito frequente. Nesse ano Schwitters vive na Noruega. Os nazis invadem a Noruega em 1940 e Schwitters foge para a Inglaterra onde falece oito anos depois.

Merzpicture with Rainbow, c.1939 - Kurt Schwitters



Foi na Rota do Românico, Fernanda.

Já não me lembro em que igreja foi. Chovia. Tinha trabalhado de noite, continuara pela manhã fora como era o meu habitual, fui assistir ao teu casamento no meu velho Citroen AX, as indicações para o caminho dadas por quem tão discretamente me tinha convidado para assistir à cerimónia. Chovia, embora não muito. Finalmente abriram a porta da igreja, entrei, sentei-me à direita, afastado do corredor central. Chegou o noivo, fui cumprimentá-lo. E depois apareceste tu à porta do templo, trazida pelo teu pai. Voltei ao meu lugar. E num instante tu estavas já no altar, noiva mais lesta nunca eu vi. Ainda sorrio ao lembrar-me e passaram muitos anos. Vieste depois agradecer-me pessoalmente a presença e nem sei bem porque o fizeste, ou sei: gostávamos do mesmo homem.

Passaram anos, muitos, há um filho de dezanove anos a documentar o tempo que aconteceu. E as malhas que o império das emoções tece não te terá sido favorável. 
Tinhas uma maneira de andar que todo o hospital conhecia. E comentava. Uns sabiam, outros não. Adivinho que para ti, adivinho ou invento, esse jeito que davas a um pé, já não me lembro de que lado, funcionava como um lembrete.
E nesta semana que passou o lembrete funcionou demasiado bem. Por isso eu disse "o teu casamento". Não há como a morte para criar uma apropriação das histórias onde, estando várias pessoas, a que morreu ganha prioridade no lembrar, como que um brilho. 
Há momentos funestos em que nos parece que não há mais nada a fazer. Mais nada. O passo a seguir pode ou não ser dado. Tu tinhas o lembrete. Deste-o. Um passo sem retorno possível. 
Agradeço-te, Fernanda, várias coisas, e bem mais do que um casamento bonito a que me convidaram a assistir. Se calhar ainda podíamos ter partilhado mais algumas histórias giras, tu tinhas um bom sentido de humor. A tua opinião não foi essa.

segunda-feira, 4 de maio de 2020

Alma Mahler et la poupée de Kokoschka.

 
Die Alma Puppe
 
Oskar Kokoschka viveu um apaixonado romance com a viúva de Gustav Mahler, Alma. Este romance durou de 1912 a 1915 e terminou por aparente exaustão da amante e amada.
Kokoschka demorou a aceitar a ruptura. Em Julho de 1918 encomendou uma boneca de tamanho real para "substituir" a sua amada perdida. As cartas que escreveu à bonecreira Hermine Moss a dar os detalhes do pretendido chegaram a ser publicadas em livro, logo em 1925!
A boneca, entregue a Kokoschka em 1919, não correspondeu às expectativas embora, depois de pintada e corrigida, fosse vestida e usada para presidir a jantares de amigos ocupando um lugar à mesa. E recebia os visitantes ao estúdio de Kokoschka, sentada num maple, com o seu cabelo castanho tecido, um casaco azul, de serrim cheias as suas formas.
Kokoschka acabou por cansar-se e, num jantar de despedida, decepou a boneca e atirou a cabeça para a rua, criando algum alarme na patrulha policial nocturna.
Esta história aparece em todo o lado como uma anedota e mais um facto curioso a acrescentar à natureza rebelde e iconoclasta do pintor austríaco. Afinal, o que era uma mulher para Kokoschka?
 
Cem anos depois e quando os primeiros robots para sexo estão em vias de aparecer (ou já apareceram?) parece-me que Alma Maria Schindler Mahler escapou de boa. Kokoschka terá morrido aos 93 anos casado com uma mulher 29 anos mais nova do que ele. Em meados dos anos vinte ainda havia quem dissesse a Alma Mahler que devia voltar a ceder ao interesse de Kokoschka, porque este, embora vivesse acompanhado, ainda não a tinha esquecido, e era sempre a ela que pintava nos seus quadros.

domingo, 3 de maio de 2020

Porque não vamos ser aumentados.

Eu vou explicar-vos porque não vamos ser aumentados: porque não vai haver dinheiro!
 
Podia escrever o acima e despedir-me com amizade, do tão evidente que me parece o escrito. Mas não resisto.
Talvez muitos de nós, sobretudo os profissionais de saúde, ainda não tenhamos pensado seriamente sobre o abalo que a economia portuguesa já está a sofrer e vai sofrer ainda mais. Há zonas amplas da nossa economia que estão neste momento a "zeros" e que não vão voltar (definitivamente?) ao nível prévio. Isto implica menos impostos, bastante menos impostos a entrarem nos cofres do estado. Quando o Covid-19 sair das primeiras páginas dos noticiários e dos jornais, estas serão ocupadas pelas notícias económicas e estas serão muito más.
Neste momento, portanto, pedir aumentos para os profissionais de saúde é ilógico e utópico. Dizer isto é diferente de dizer que não os merecemos. Mas...
Preparemo-nos sim para pedir que ao menos a nós não nos cortem os ordenados ou subam muito os impostos, como provavelmente vai ter que acontecer em 2021! Essa diferenciação já seria alguma coisa… dentro do desastre que se anuncia. Um vírus garante-nos o emprego. Sejamos sérios e pragmáticos.
Quando o vírus for embora voltemos a negociar e se as nossas reivindicações não forem atendidas, façamos a devida greve! Até lá...
 
PS.: julgo que, ao contrário do que vejo sugerido em alguns fóruns, vir agora com a história de que "pelo menos aumentem os médicos" é mais um tiro no pé, um de muitos. Todos os profissionais de saúde são mal pagos, incluindo os médicos.

PS2.: confesso que não vi a entrevista de ontem da Ministra da Saúde. Não aquece nem arrefece em relação ao que escrevi.

sábado, 2 de maio de 2020

Egon Schiele (1890-1918)

Schiele é o pintor mais conhecido do Expressionismo austríaco. Protegido de Klimt, a sua pintura pouco se lhe parece. Perdeu o pai por doença mental aos 15 anos. Ganhou protagonismo precoce na cena vienense e ainda muito novo já era reconhecido, odiado, insultado. Uma certa tendência para ter menores como modelos levou-o à prisão com 22 anos de idade. Dialogou com as várias vanguardas alemãs. Durante a Grande Guerra consegue escapar à linha da frente e a sua obra progride e é cada vez mais reconhecida. No início de 1918 Klimt morre. Schiele toma as rédeas da 49ª exposição da Secessão Vienense, onde expõe com muito êxito.
No fim do ano morre a sua esposa, grávida, tendo apanhado a famosa, então como hoje, a gripe espanhola. O pintor morre da mesma doença 3 dias depois. 

Pintado aos 20 anos, este "Auto-Retrato com o Braço Torcido Sobre a Cabeça" mostra a visão de Schiele sobre os corpos, esqueletos animados. O Expressionsimo de Schiele usava discretamente a cor, sendo o desconforto maior do seu desenho, cruel, neste caso em território próprio.

Self Portrait with Arm Twisting above Head, 1910 - Egon Schiele


Em muitos quadros os modelos perdem braços ou pernas, como se desnecessários para o subtexto. Como aqui, de 1919, "Nu com Ligas Vermelhas".

Nude with Red Garters, 1911 - Egon Schiele

Egon Schiele também pintou paisagens, rurais e urbanas. Ao contrário da maioria dos quadros com modelos, a tela é preenchida por um desenho nervoso e com cores difíceis. Eg. "Casas com Roupa a Secar (Seeburg)", 1914.

Houses with Laundry (Seeburg), 1914 - Egon Schiele

Este quadro, "A Família", terá sido o último quadro pintado por Schiele. É aquele onde a sua expressão parecer ter finalmente alguma paz. A criança que aparece nunca nasceu, morreu no ventre da mãe quando esta pereceu vítima da gripe espanhola, idem o pintor, três dias depois.

The Family, 1918 - Egon Schiele

Giorgio Morandi (1890-1964)

Morandi nasceu, viveu e morreu em Bolonha, com as suas três irmãs. Nunca casou. A sua pintura foi influenciada por Cézanne e os primeiros renascentistas. Passou discretamente pelos futuristas e depois fez parte transitóriamente da "Pintura Metafísica" com Carra e de Chirico. Rapidamente a sua maneira de pintar estabilizou, sendo o grosso das suas obras naturezas-mortas constituidas predominantemente por garrafas e vasos, e utilizando uma palette restrita de cores. Ao contrário de de Chirico manteve-se fiel ao seu modelo durante toda a vida, e o mistério das suas pinturas, aquilo que faz delas algo único ainda presiste.

Nesta "Natureza-Morta" de 1919 Morandi ainda conversa muito com Cézanne.

Still Life, 1919 - Giorgio Morandi

Esta outra "Natureza-Morta" já é Morandi no seu melhor, com uma paleta de cores bem mais subtil, o arranjo dos objectos uma espécie de feng shui. E nunca ninguém melhor do que Morandi i azul-claro, o cinza-claro, o castanho-claro, o branco sujo...

 Natura Morta, 1953 - Giorgio Morandi

As aguarelas de Morandi são um mundo à parte. Há algumas de paisagens como esta, com uma geometria perfeita. "Paisagem de Levico", 1957.

Landscape Levico, 1957 - Giorgio Morandi

Morandi também se especializou em gravuras usando a técnica de água-forte. Aqui ao abdicar da cor as sombras e os contrastes ganham ainda mais importância: "Natureza-Morta com cinco objectos", 1956.

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Oskar Kokoschka (1886-1980)

Este pintor austríaco foi aluno de Klimt mas não lhe foi próximo. Estabeleceu-se em Viena com fama de génio precoce e provocador e viveu uma famosa relação atormentada com Alma Mahler, a recém-viúva do famoso compositor. Nestes anos cria a sua pintura, parte importante da Secessão de Viena e do agora chamado Expressionismo de Viena. Circula por Berlim e Dresden.
Perante a ameaça nazi foge para Praga, depois Londres. Depois da guerra fixa-se na Suiça onde morre.
A sua pintura, de um figurativismo agressivo e angular, tem um lirismo desesperado que não existe na outra metade vienesa deste tempo e movimento, Schiele. Talvez por isso e porque chegou a velho sem deslocar-se muito mais da sua matriz pictórica (Schiele morreu novo) criada nos seus primeiros anos, agora se valorize um pouco menos.

A "Noiva do Vento" é um quadro de 1914 e é o melhor retrato da paixão entre Kokoschka e Alma Mahler. De notar que o pouco branco que no quadro existe efectivamente a Alma pertence.

Bride of the Wind, 1914 - Oskar Kokoschka

"Auto-Retrato com a mão na face" é de 1919. Kokoschka é efectivamente conhecido pelos retratos, com um dramatismo muito próprio.

 Self-Portrait with Hand by his face., 1919 - Oskar Kokoschka

Com o progredir dos anos o "expressionismo" de Kokoschka adquiriu outras cores mas ficou por outro lado mais disfórico. O quadro "Anschluss - Alice no País das Maravilhas" é de 1942 e refere-se à anexação da Áustria por Adolf Hitler.

Anschluß - Alice in Wonderland, 1942 - Oskar Kokoschka