domingo, 29 de novembro de 2015

Os meus Sete Filmes de Allen, Woody Allen.

1. Love And Death, 1975 - o último, e o melhor, da fase "cómica. Não me canso de o ver e rever.




2. Broadway Danny Rose, 1984 - os meus anos Allen são os anos 80. E este é o melhor papel que Allen ofereceu a Mia Farrow. E talvez o melhor papel que alguma vez se ofereceu a si próprio. Um grande filme, em preto-e-branco.



3. Another Woman, 1988 - este filme é outonal e nada consensual. O argumento roça a banalidade novaiorquina. Mas tem Gena Rowlands. E as falas acabam por resultar em pleno. Sim, é sobre uma crise dos cinquenta. Eu gosto muito deste filme.


4. Crimes and Misdemeanors, 1989 - outro filme onde Allen oferece um grande papel, desta vez a Martin Landau. É possível fazer o mal e nada acontecer? É o bem recompensado? Sim e não, respectivamente, e Allen explica-nos como. Um filme premonitório: Mia Farrow porta-se "mal" no seu papel, pela primeira vez.




5. Husbands and Wives, 1992 - este filme saiu um mês depois do escândalo da separação Allen-Farrow, Não interessa, pois é um filme excelente, e interessa porque a má do filme é Farrow. Sidney Pollack como actor está excelente. Aqui casar não vale mesmo a pena.



6. Mighty Aphrodite, 1995 - Woody Allen teve piada aqui pela última vez, é verdade. Muita mesmo. E há Mira Sorvino. Talvez pela primeira vez Woody Allen esteja mesmo a gozar com quem o acuse de "imoralidade". Sim, e depois?




7. Matchpoint, 2005 - "The man who said "I'd rather be lucky than good" saw deeply into life. People are afraid to face how great a part of life is dependent on luck. It's scary to think so much is out of one's control. There are moments in a match when the ball hits the top of the net and for a split second it can either go forward or fall back. With a little luck it goes forward and you win. Or maybe it doesn't and you lose." Escrevi sobre este filme aqui. Mais um filme sobre não a maldade que todos nós temos, mas sobre o Mal.






quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Nome de Guerra - Almada Negreiros - extracto.

CAPÍTULO 5 

DESGRAÇADOR 

"Um dia na cidade do Porto presenciei uma cena entre um homem e uma mulher que nunca mais pude esquecer. O cenário onde isto se passou é dos mais pitorescos que os meus olhos viram: a Ribeira, ou a Ribeira Velha, creio eu que lhe chamam. É um cais sobre o Douro, perto da Ponte de D. Luís. Todo o aspeto em redor é pesado e amontoado, conforme o carácter da cidade. Desde aquele cais a cidade sobe sempre em todas as direções até à Torre dos Clérigos. Na outra margem a ascensão iguala-se à de cá, de modo que o rio parece ter metido pelo mais alto de um monte que ficou dividido. Tudo isto faz com que o cais nos dê a estúpida impressão de estar enterrado. Lembro-me de umas interessantíssimas casas cujos alicerces se adivinham por causa da solidez com que as suas fachadas intimam os nossos olhos. Julgo serem vermelhas, ou foi a impressão violenta da cor que me deixaram. Do que bem me lembro é dos arcos em vez de portas e de umas janelas que pareciam desviadas dos seus respetivos lugares. Os arcos abriam umas lojas não sei de quê, pois fixei apenas os seus fundos negros, os mais negros e os mais fundos que lenho conhecido. 
Pondo por cima disto tudo uma camada de antiguidade cor de ardósia e de ferrugem, de nevoeiro fabril e de salitre, a descrição deve ficar aproximada, descontando, é claro, o autor e a circunstância de ter gozado esta vista apenas uma vez. 
No cais as pessoas são bem as das respetivas casas. A aglomeração de gente é como a do casario. Um mercado justifica aquela frequência. Além disto, a carga e a descarga das fragatas ocupa uma quantidade imensa de mulheres e de homens, mas sobretudo mulheres. É uma raça diferente da do mercado. Poucas vezes me foi dado compreender melhor o que significam aquelas palavras: ganhar o pão de cada dia, do que ao ver essas mulheres que iam e vinham sobre duas grossas e compridas pranchas de madeira lançadas desde a borda da fragata até ao cais, numa distância parecida com uns dez metros. O equilíbrio dessas mulheres não tinha uma hesitação à altura de três homens da água, e em menos de três palmos de largura durante os dez metros. 
Acrescente-se a isto que levavam à cabeça as canastras, umas vezes vazias e outras vezes cheias até acima, em pirâmide, conforme iam ou vinham da fragata. Daquela vez não me lembro que descarregavam; apetecia-me que fossem laranjas, mas não insisto com a memória; tenho, contudo, ainda na mente a maneira rápida como davam conta daquele serviço, conservando sempre um tempo ginástico, e não digo militar, porque, além dos gestos sóbrios e simplificados, corrigidos para o próprio trabalho repetido em que andavam, havia também uma beleza de linhas e de formas à qual não era estranha a sua natureza feminina. O gesto de abaixarem-se para acertar a cabeça ao meio da canastra carregada, a marcha sobre a prancha com o peso todo à cabeça, o modo de despejar a canastra inclinando o corpo de lado pela cintura, eram exatos e cheios de graça. As alcochetanas que descarregam das fragatas o carvão inglês no cais de Lisboa por este mesmo processo não podem infelizmente ser-lhes comparadas. Se não lhes falta a graça, a sua graça é outra, mas não dispõem das ossaturas opulentas das mulheres do Norte e muito menos daquela dignidade externa, a qual me surpreendeu em mulheres de pé descalço. Eram umas dezenas de mulheres todas semelhantes. Por contraste com a sua atividade, havia no cais uns homens sentados e outros deitados ao sol em sacas de sarapilheira cheias de mercadoria. Para um destes homens aquelas dezenas de mulheres não eram todas a mesma; esperava sempre que essa passasse mais perto donde ele estava para lhe dizer o que tinha a dizer-lhe. A rapariga não fazia caso e seguia como as outras. Era um dito qualquer e talvez sempre o mesmo de todas as vezes que acontecia chegar a altura de ela passar por onde ele estava. Centenas de vezes, e não falhou uma! Mas de uma vez a rapariga vinha a meio da prancha com a canastra carregadinha, e ele começou logo como de costume a gracejar com ela; sem ninguém esperar, ali mesmo de cima da prancha parou de repente, despejou a canastra no rio, apontou o braço livre em direção ao tal homem e com o sangue todo nas faces disse-lhe esta única palavra: 
— Desgraçador! 
Nunca mais esquece esta palavra."

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

L'Esquive - extracto.

*Il faut que je reflechis!' par Lydia et Krimo. O francês é 'durinho'/quase impossível de perceber mas estes nove minutos... são uma delícia!


terça-feira, 17 de novembro de 2015

Karel Reisz - The French Leutenant's Woman - 1981.

É possível que tenha visto este filme no cinema, em 82 ou 83. Os filmes então chegavam a Portugal tarde...

Streep tinha aqui 32 anos, Jeremy Irons 33. O filme é britânico até à medula. Jeremy Irons é Mike e Meryl Streep Anna, e são dois actores de cinema a filmar a história em questão, a da mulher abandonada por um marinheiro francês naufragado nas costas inglesas e que ficou perturbada  - para sempre? - pelo acontecido. Por outro lado temos a história da "mulher do tenente francês" - filmada mas ali tão real, um filme dentro do filme mas que, ocupa na realidade para aí uns três quartos do tempo - umas duas horas redondas. Mike e Anna vivem um caso durante as filmagens. Mike tem mulher e filha, Anna um namorado - francês. Este caso não sobrevive ás filmagens. E no século XIX com terminam as coisas? Ah mas eu ainda não comecei a contar...
Já perceb emos que Streep faz de tola - Sarah Woodruff - a mulher abandonada, que na aldeia chamam de "Tragedy", ou de puta. Jeremy Irons é Charles Henry Smithson, noivo de uma herdeira da aldeia. Conhece Sarah e, pronto! "I was lost the moment I saw you!" "So was I!". No calor da paixão dizem-se coisas apaixonadas. E não é minha função aqui e hoje abrir o quizz deste filme - onde quem se perde quer perder-se mas depois de perdido/a decide partir para se encontrar. 
Tavez o bom da vida é que não é ela uma sucessão de derrotas mas sim uma sucessão de empates. A história contemporânea "acaba mal", a do séc. XIX "bem". As últimas imagens são as de um barco a remos com os dois amantes a partir rumo ao desabrigo de um lago. Charles Henry apaixonara-se por uma "rapariga perdida" e leva agora no barco uma rapariga "encontrada". Até em lagos de águas paradas se armam as maiores tempestades.. 

Este filme criou imagens que se tornaram ícones na carreira de Meryl Streep. As suas qualidades e maneirismos estão aqui todos. Curioso como, durante todo o filme, Jeremy Irons, um ano mais velho, parecia.-me sempre mais novo, nomeadamente no tempo "contemporâneo"...

Abdellatif Kechiche - L'Esquive - 2003.

Talvez uma forma de falar e fugir de Paris seja falar de Abdelattif Kechiche - AF.

AF nasceu na Tunísia em 1960. Foi viver com os seus pais para Nice aos 6 anos de idade. E hoje é dos realizadores franceses mais conhecidos e premiados. 

Vi há umas semanas "L'Esquive". Saído em 2003, é o seu segundo filme. A história é muito curiosa: num subúrbio duma cidade francesa cheio de magrebinos de segunda geração, um grupo de adolescentes vai representar uma peça dum autor clássico francês, Marivaux, de seu nome "Jeu de l'amour et de l'hasard". Krimo é o namorado de Magali mas apaixona-se por Lydia, que é a estrela da peça e, curiosamente, a única loura em todo o grupo de adolescentes. Ela anda por todo o bairro a exibir o seu vestido da peça bem como o seu domínio das falas de Marivaux, falas de sedução e de dito-não-dito onde Krimo não consegue entrar. Ele "compra" o seu lugar na peça, tenta contracenar, torna pública a sua zanga com Magali. Estes são adolescentes que juram pela "Santa Pedra de Meca" e pelo Corão e que dizem "Inshallah" por tudo e por nada. O que não faz deles muçulmanos, só faz deles "outros". Rachid é o "amigo mais velho" de Krimo e quer que tudo se resolva. "L'Esquive" é Lydia, a rapariga que não se resolve. Rachid engana-se na sua bruta necessidade de ajudar Krimo: a loura? Rachid mete-os num carro - roubado? - e manda-os para um descampado. E aí que se resolvam - não há mais que esquivar, não é assim que se namora num bairro social. E aparece a polícia francesa.
A peça é representada sem Krimo. Na parede do seu quarto Krimo tem uma reprodução dum grande veleiro e ainda não chegou à conclusão de com quem vai fazer aquela sonhada viagem: sabemos que não vai ser com Magali nem com Lydia...

AK não facilita. Marivaux vai ter como estrela a única loira do bairro. Mas em nenhum momento lhe é dito isso, parecendo a sua integração perfeita. Só Rachid não conta com ela nas suas contas. O texto de Marivaux e o falar destes adolescentes pertencem a planetas diferentes - onde em ambos se fala francês. A única "não-magrebina" interessante/interessada da história é a professora que encena a peça. Na peça há um jogo de inversão de papéis  - a criada faz de patroa, etc. Mas a professora avisa/ensina que a inversão dos papéis não é que um disfarce, um engano, as classes sociais são barreiras que ali não se transpõem, e isto, dito num liceu dum bairro da periferia, é muito dizer. E Krimo não entende Marivaux.

A peça acontece e, num bairro social de franceses com origem predominantemente magrebina, é uma rapariga loura que faz o papel principal. Há a esperada festa, o sucesso, a comedida felicidade dos pais. Lá fora, a vida do bairro espera por todos eles e, digo-vos, pela Santa Pedra de Meca não deve ser fácil. Lydia dias depois chama por Krimo que não lhe responde - e neste silêncio se pode resumir todo um filme.


PS: Krimo nasce de Abdelkrim.

domingo, 15 de novembro de 2015

E o que pensarão as perdizes?

"Quanto ao 'prazer de matar', o acto final da caçada, ele, pura e simplesmente, não existe. O que existe, sim, é o prazer do tiro certeiro, a perdiz que se lança lá de cima, em voo silencioso e fugidio, e a fracção de segundo em que calculamos simultaneamente as três variantes que contam - a distância dela, a sua trajectória e a velocidade do seu voo - e, nesse exacto ponto geométrico, o nosso encontra." M Sousa Tavares, ontem, no Expresso.
Não sei o que pensarão as perdizes...

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Antes de Começar - extracto.

"O BONECO - Cala-te coração! Deixa ouvir o mar...

A BONECA - Tu também viste o mar?

O BONECO - O mar foi feito por nossa causa!

A BONECA - Ah!... É assim, juro-te, exactamente assim o mar... Oh! Como tu o viste bem! Dá-me a tua mão para ser tão grande o silêncio... O mar!... não acaba nunca o mar!...

O BONECO -  O mar começa sempre...

A BONECA - É como o coração dentro de mim!... E nunca sai do peito o coração!...

O BONECO - Como pode mudar-se o coração?...

A BONECA  - Às vezes a luz brilha no mar... como se tivesse chegado a hora..

O BONECO - É a fé! É o coração que não se engana!

A BONECA - Mas quando o sol desaparece fico eu tão sózinha! Fico a pensar no que tem acontecido... e não sei o que me falta!... Se não fosse o luar, ainda ficava mais sózinha!... Se me ponho a pensar que o luar me faz companhia, sinto-me enganada! E nos dias que chove, a chuva também foi enganada...

O BONECO - A quem acredita no coração tudo serve de engano!

A BONECA - Mas quando é o coração que fala, parece-me de mais para mim.

O BONECO - O coração é maior que nós!

A BONECA - E eu sou tão pequenina! Para que me deram um coração tão grande?..."






- Almada não se cansa de exclamar! - 

e nós?

Antes de Começar, Almada Negreiros, encenação Joana Providência no Palácio do Bolhão.

Assisti este domingo no Palácio do Bolhão a uma peça de teatro de Almada Negreiros. Nunca fará este país a devida justiça a Almada Negreiros. Pessoa foi vários génios e morreu cedo. Mário de Sá Carneiro foi meio génio e morreu ainda mais cedo. Almada foi apenas tudo e morreu tarde demais para o país - que não para ele que, de certeza morreu a protestar por a decisão não ter sido sua.

A peça "Antes De Começar" é uma peça com um público-alvo que se adivinha juvenil. No entanto, Almada trocava as voltas a estas coisas, e a sua visão "educativa" da arte leva-nos a não pecar menosprezando a obra.
De que se trata? Dois bonecos ganham vida imediatamente antes de uma representação bonecreira. Tão só. Descobrem-se um ao outro, contam a sua história e dizem coisas que mexem connosco. Cada vez os estamos a levar mais a sério e a deixarmo-nos guiar pelas suas falas. Porém Almada corta o "barato" da peça com o barulho de crianças que se aproximam e os bonecos retomam os seus lugares inanimados, pois tudo isto tinha sido "antes de começar". A peça termina portanto quando as crianças entram e o pano se levanta!

Joana Providência recria esta peça mesmo muito bem. Só, na minha opinião, não respeita o título.
A peça desenvolve-se em três tempos. Primeiro os bonecos estão dentro de caixas. Estas mexem-se, primeiro pouco, depois mais, e mais, e mais, vão descobrindo o espaço, aparecem mãos, depois pernas. Até que há bonecos! Assim posta a coisa, nos primeiros dez minutos não há qualquer diálogo - mas ninguém se aborrece! Os bonecos aparecem e descobrem-se! Os bonecos têem cabeças cúbicas, suponho que em homenagem ao desenho e à pintura de Almada. Começam a falar. A descobrir-se. A mexer um com o outro. A "engraçar" um com o outro. A boneca fala de uma Ela que a criou. E o boneco começa a falar.. do seu coração. Aqui acontece a terceira parte da encenação: desce "do céu" um enorme coração - infelizmente de costas, mas assumo que a Joana Providência não saberá muito de anatomia - que vai ilustrar com o seu enorme volume as falas dos bonecos sobre... o coração. Palavras há que se gastaram com o tempo. Almada terá escrito esta peça há... um século, ou quase. Então a palavra coração, e utilizada com a liberdade que só Almada conseguia dar às palavras, podia ser usada e abusada. Assim acontece. Mas não nos cansamos.

"O coração é maior que nós!"

"Nunca é o coração que nos falta, somos nós que faltamos ao coração!"

Subitamente ouve-se um rufar de tambores - como se ouvira no início - e só aqui Joana Providência "foge" do texto de Almada, pois os bonecos voltam às suas posições do início porque "vem aí o Homem, vem aí o Homem", o bonecreiro mas, se calhar, NÓS. E não há crianças, e não há levantar de pano para fechar a peça.

Levantamo-nos sim nós a aplaudir, porque foram 40 minutos de excelente teatro!


O problema, ou melhor, os três problemas.

O problema com o governo António Costa - sim, porque está ao virar da esquina um governo António Costa - é apenas um, ou melhor três:

O primeiro problema chama-se... António Costa.
O segundo problema chama-se... Jerónimo de Sousa.
O terceiro problema chama-se... Catarina Martins.

Fora isto, claro que estou contente com a queda do governo PAF.

Como já disse, a merda fica a mesma, mas MUDAM AS MOSCAS!

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

O direito de escolha.

Ontem participei numa reunião de pais de uma Escola Profissional de Teatro. Foi proveitosa e foi esclarecedora. Vou só mencionar uma coisa que aprendi. Falamos muito de liberdade de escolha no que à Educação diz respeito. E é mais a Direita até a falar disto. Os alunos da Escola que a minha filha frequenta têm direito a múltiplos subsídios, bastantes na realidade. Têm também direito a um subsídio de alojamento, se a sua morada de base for a mais de cinquenta km da Escola – excepto, excepto, e aqui quero chegar, se nesses cinquenta km existir outra Escola Profissional de Teatro. E eis como o direito de escolha desaparece. Desaparece porque nunca foi contemplado – no Ensino Público. O direito de escolha, traduzindo para Português, equivale a “Cheque-Educação que vai permitir que o teu filho escolha frequentar o meu Colégio Privado”. Nunca por nunca poderia dizer “Cheque-Educação que permite ao aluno e respectivos encarregados de educação frequentar a Escola Pública de sua escolha, sendo esta recompensada assim pela preferência do público-alvo, os alunos e seus pais, pela excelência do ensino, pela capacidade de oferta aos alunos de saída profissional adequada”. Dirão que o sistema tal coisa não aguenta. Aguenta, aguenta! A Escola Profissional de Teatro da minha filha pede empréstimos ao banco para pagar ordenados e bolsas - pois recebe o dinheiro convencionado a que tem direito do Estado com seis meses de atraso, em média. Esta foi portanto uma reunião de pais onde aprendi alguma coisa. Talvez tenha sido a primeira…