sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Setembro quinze.

Ultimamente tenha ouvido a tsf no rádio do carro. Ontem era o barco S.Cristóvão que fazia a excursão no Lago Azul e no rio Zêzere, de 1 de Junho a 15 de Setembro, não perca! O trânsito lisboeta estava complicado a partir do Senhor Roubado, que engraçado, nunca tinha ouvido esta referência no trânsito da tsf, terá sido um furto recente.

domingo, 10 de setembro de 2017

A Tasquinha da Quinta e a Auto-Europa.

Estou há vinte minutos à espera de uma mesa na Tasquinha da Quinta em Arouca. É domingo. Famílias e famílias e famílias.  Roupa escolhida, crianças. Uma jovem discute o penalti do Porto. Cheira a assado, a broa e a vinho em caneca. Um sol de Setembro existe lá fora, e deve estar a rir-se de mim. Os trabalhadores da Auto-Europa defendem estas coisas, assumo, com aquilo de não trabalhar ao sábado e tal. Eu pessoalmente tenho muito pouca experiência destas situações, viciado como estou em trabalhar ao fim-de-semana. Se trabalhas ao sábado não tens vontade de sair ao domingo e a economia não progride. As famílias precisam de horários calmos, dias previsíveis. E tempos de espera para uma mesa decentes., não? Já passaram trinta e cinco minutos e nada. Não sou rapaz para isto. Razão têm os trabalhadores da Auto-Europa, o fim-de-semana não é para trabalhar, é sim para esperar três quartos de hora por uma mesa... 😊

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Cães, gatos, médicos, enfermeiros, greves.

Ora vai haver umas greves. Aponto aqui alguns itens.

A profissão de enfermagem adquire-se através de uma licenciatura, um curso  superior portanto. Facto. Às vezes parece que é preciso lembrar... 
Parece também ser um facto que os enfermeiros são os licenciados mais mal pagos pelo Estado. Resumindo, não são pagos como licenciados, ponto. 
Um licenciado em enfermagem pode fazer uma de várias especialidades, uma diferenciação adicional. Estas especialidades não foram criadas clandestinamente, existem, estão regulamentadas. Facto. 
A especialidade de Saúde Materna e Obstétrica é a evolução natural e devida da antiga (e venerada) enfermeira-parteira. As suas funções e atribuições estão regulamentadas por lei. Outro facto. 
Nunca me passaria pela cabeça pensar que o trabalho destes enfermeiros especialistas poderia ser substituido por outras classes profissionais, incluindo médicos obstetras. Ponto parágrafo. Que patetice...
Último facto: há enfermeiros especialistas que, ao não haver pela tutela a remuneração correspondente á sua diferenciação, ganham menos para exercer a sua especialidade. Que médico se sujeitaria a isto?

PS.: infelizmente, os pedidos de aumento salarial pela OE são utópicos, não são?

PS2.: já não me lembro bem, a próxima (possível) greve dos médicos tem objectivos realistas e tal, certo?

Lisboa, tem cuidado.


De manhã um grupo de indianos jogava futebol na Alameda. Pensei: isto é Lisboa! Pouco antes centena e meia de turistas esperavam por um eléctrico no Martim Moniz.

A norte da Alameda fica o bairro dos actores, um conjunto de blocos dos anos cinquenta de quatro pisos, honestos, claros, urbanos, sem elevador. Este bairro fica a 4 km rectos do Rossio. A 4 km dos Aliados há cinquenta anos (há trinta, há vinte...) ficavam as hortas de Paranhos. Tomei um galão e uma nata na Pastelaria Pão de Açucar, esquina da Avenida Almirante Reis com a Alameda, serviço ao balcão, levei eu as coisas para a mesa na rua. Há umas horas de manhã em que a Fonte Luminosa tem água. A Alameda a meio inclina, é a Avenida que a isso obriga. Do Martim Moniz rápido (com carro) chegamos à Praça da Figueira e ao Rossio. O Rossio que é uma Praça onde apenas se impõe o Teatro Nacional. As casas que compõem o rectângulo são humildes, civis, com as suas simpáticas águas-furtadas. Os Aliados têm resposta adequada sim mas no silêncio do Terreiro do Paço, século e meio mais velho. É engraçado como os prédios do bairro dos actores são "melhores" do que as casas do Rossio! Ah, Lisboa! Africanos africanos, indianos indianos, chineses por todo o lado. Cheiros, cores, sabores, eu sei. Coisas um bocadinho diferentes, ligeiramente novas. Alguma brusquidão (inventarei?) mais o proverbial alheamento das metrópoles ( mas "não ponha a moeda no parquímetro, é fim-de-semana!", disseram-me!).

E o rio. Lisboa, infelizmente tão bonita!

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Demorou uma hora a compor em cima da secretária os livros. Os nunca lidos e por ler, assinalo a bondade da intenção. Klee, Mrs. Dalloway, The Sandman. As bases estão. Também Michael Ende, depois me dirás. O postigo/janela consegue fechar-se e reduzir à escuridão, coisa importante.

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Lisboa, por favor tem cuidado.

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Filho!

É engraçado como hoje ainda circulam na minha cabeça bocados da peça de fim de curso da Catarina, a chamada PAP. Para dar um exemplo lembro o momento em que um dos rapazes/actores, mostrando uma fotografia, contava de, na praia, a sua mãe ter olhado para ele, pequeno ainda, e ter dito: "Filho!", "Só isso!", rematou. Na realidade há palavras maiores do que outras.
  
Quem me conhece há mesmo muitos anos sabe que eu usava um fio de ouro ao pescoço (ou ao peito, como preferirem). Desse fio pendia uma medalha de S.Cristóvão, que me fôra oferecida pela minha mãe premonitoriamente bem antes de eu tirar a carta. O fio, nas voltas da vida, desapareceu. Porque o mundo às vezes confirma o formato deste planeta em que vivemos, pedi à minha mãe hoje se tinha alguma pequena medalha ou outra coisa similar, sei lá, para pôr num fio. Ela, que vai para aí uns trinta anos vendeu o grosso das suas riquezas porque os tempos não eram fáceis e havia um filho na faculdade, procurou um pouco, procurou, e depois num repente tirou uma pequena cruz que tinha ao peito (ao pescoço?) e deu-ma para as mãos: "Oh, mãe?". "Isto tudo vai acabar por ser teu, filho!". Lá estava a palavra mágica, poderosa, a terminar. Mãe, eu percebi bem o que querias dizer: aí por Ovar sempre foi tudo... meu! Amo-te.