quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Lisboa, tem cuidado.


De manhã um grupo de indianos jogava futebol na Alameda. Pensei: isto é Lisboa! Pouco antes centena e meia de turistas esperavam por um eléctrico no Martim Moniz.

A norte da Alameda fica o bairro dos actores, um conjunto de blocos dos anos cinquenta de quatro pisos, honestos, claros, urbanos, sem elevador. Este bairro fica a 4 km rectos do Rossio. A 4 km dos Aliados há cinquenta anos (há trinta, há vinte...) ficavam as hortas de Paranhos. Tomei um galão e uma nata na Pastelaria Pão de Açucar, esquina da Avenida Almirante Reis com a Alameda, serviço ao balcão, levei eu as coisas para a mesa na rua. Há umas horas de manhã em que a Fonte Luminosa tem água. A Alameda a meio inclina, é a Avenida que a isso obriga. Do Martim Moniz rápido (com carro) chegamos à Praça da Figueira e ao Rossio. O Rossio que é uma Praça onde apenas se impõe o Teatro Nacional. As casas que compõem o rectângulo são humildes, civis, com as suas simpáticas águas-furtadas. Os Aliados têm resposta adequada sim mas no silêncio do Terreiro do Paço, século e meio mais velho. É engraçado como os prédios do bairro dos actores são "melhores" do que as casas do Rossio! Ah, Lisboa! Africanos africanos, indianos indianos, chineses por todo o lado. Cheiros, cores, sabores, eu sei. Coisas um bocadinho diferentes, ligeiramente novas. Alguma brusquidão (inventarei?) mais o proverbial alheamento das metrópoles ( mas "não ponha a moeda no parquímetro, é fim-de-semana!", disseram-me!).

E o rio. Lisboa, infelizmente tão bonita!

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Demorou uma hora a compor em cima da secretária os livros. Os nunca lidos e por ler, assinalo a bondade da intenção. Klee, Mrs. Dalloway, The Sandman. As bases estão. Também Michael Ende, depois me dirás. O postigo/janela consegue fechar-se e reduzir à escuridão, coisa importante.

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Lisboa, por favor tem cuidado.

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