sábado, 30 de dezembro de 2023
Morreu o Tozé.
domingo, 24 de dezembro de 2023
Pedro Passos Coelho - parte 2.
A liderança do PSD por Pedro Passos Coelho deixou marcas e como! Lembro que foi o líder do PSD mais tempo no poder a seguir a Cavaco Silva.
O PSD sempre foi uma manta de retalhos. O surgimento da Iniciativa Liberal e do Chega implicaram a perda de dois "retalhos". Como assim?
O governo Passos Coelho foi o mais "liberal" que este país já teve. Fazendo paradoxalmente algumas coisas ao contrário - como subir impostos - mas prometendo que mais à frente iria haver uma valente marcha-atrás. O "ir além da Troika" foi a tentativa de diminuir o Estado ainda além daquilo que a Troika pedia, muitas vezes sem razão nem jeito.
A Iniciativa Liberal (IL) nasceu a partir de um grupo de gente dos blogues e seduziu parte deste PSD mais liberal, carregando nas tintas com as noções da "flat tax", e da privatização uber alles. Num país anormalmente taxado, a "flat tax" apelaria sempre a uma certa parte da população, mas com "tecto terapêutico". A IL acabou por ficar como uma espécie de CD sem S (e pouco D, dado o que aconteceu com Carla Castro).
Outra história o CHEGA. O CHEGA nasceu quando um inspector de finanças e escritor nas horas vagas de nome André Ventura concorreu à Câmara de Loures com o apoio de Pedro Passos Coelho, discurso anti-cigano incluido, e a venerável escusa do CDS em apoiá-lo. Ventura percebeu, sobretudo pelas redes sociais mas também pelos órgãos de comunicação social, que havia um nicho de descontentes da vida em Portugal que pedia uma voz. Que ora votava CDS/PSD ora não votava mas sempre sem entusiasmo e pouco engodo. O resto é história. Nas sondagens está agora em 16%.
Pedro Passos Coelho, muito obrigado!
A tua herança pode ter arruinado a alternância democrática em Portugal, deixando-nos reféns dum PS que não precisa de ser grande m... para ganhar... sempre!
quinta-feira, 21 de dezembro de 2023
Pedro Passos Coelho, Pedro Nuno Santos e o amor pelos portugueses - parte 1.
Talvez custe um pouco lembrar mas em 2011 José Sócrates pediu a demissão de Primeiro-Ministro de Portugal pelo chumbo do PEC IV e a necessidade de "chamar a Troika". O défice das contas públicas em 2010 foi de 11,2% e o nível da dívida pública quase duplicara em seis anos.
Pedro Passos Coelho foi e não foi Primeiro-Ministro de Portugal entre 2011 e 2015. O governo financeiro foi na realidade externo, da famosa "Troika", que aplicou um ajuste férreo à economia e ao estado português. O governo de Pedro Passos Coelho foi um conjunto de "bonecos" de quem ninguém tem boa memória - Vítor Gaspar, Miguel Relvas, Álvaro Santos Pereira, Nuno Crato - e eles pagaram na mesma moeda, parecendo sempre não gostar do país que governavam. O meu ministro da Saúde, Paulo Macedo, no meio desta tormenta foi uma honrosa excepção. Pedro Passos Coelho foi aliás muito coerente nesta falta de empatia com o momento difícil que o "seu país" passava, sugerindo inclusivé que quem não estivesse contente que emigrasse. Em 2014 conseguiu a famosa "Saída Limpa", mas ninguém lhe agradeceu o feito. Mito ou realidade, o povo acreditou qie Passos Coelho ao governar fora "Ainda Além da Troika" no "esganar" do País. Mito ou realidade, assim ficou na memória colectiva. Em 2015 foi despachado e substituido pela "Geringonça" de António Costa. António Costa foi Primeiro-Ministro obtendo apenas mais 4% de votos do que Sócrates em 2011.
Portugal sobreviveu à Troika com nota alta por duas ordens de factores: Turismo e Exportações. Mas sem o aperto de 2011-2014 a "Geringonça" não teria podido fazer o brilharete de, muito gradualmente e de forma não completa, desfazer o novelo de arame da "Troika". A "Esgana" de Pedro Passos Coelho e a "Saída Limpa" forma fundamentais. Isto e também o País ter continuado, esforçado mas sereno, independentemente do governo de turno, a receber cada vez mais Turistas e a Exportar cada vez mais.
Os Governos de Costa, incluindo a "Geringonça", foram governos de navegação à vista, de cativações certas e de investimentos poucos e incertos. A popularidade da dita "Geringonça" nasceu muito do contraste em relação a Passos Coelho. Centeno parecia quer nos queria deixar ter mais dinheiro, António Costa parecia gostar de nos governar. Gostar gostava, o "nos" um mero detalhe.
Não houve um rasgo diferenciador, um momento de excepção neste oito anos. Eu sei que houve uma pandemia, mas esta também foi de navegação à vista, mérito houve mas não das cúpulas, sim nas classes profissionais que perfazem o SNS e que se excederam, surpreendendo até a mim.
Acumulado todo o dinheirinho estes anos todos "em cativanço" por Centeno e Medina, eis que chegamos a 2023 e era um tal de lançar obra: ele é comboios, ele é aeroporto, ele é lítio e hidrogénio...
Eis senão quando António Costa decide que é ele que manda e não demite o Galamba.
78000 euros depois, temos como se nada um PS de cara lavada a todo o vapor a correr para eleições tendo a maquinista Pedro Nuno Santos, um "Fazedor", a versão 2.0 de José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, de seu nome completo.
No 3º parágrafo dei a minha opinião sobre se este País deve alguma coisa a Pedro Passos Coelho. A minha resposta é sim.
No parágrafo anterior explico porque Pedro Passos Coelho nunca deverá ser Presidente da República.
domingo, 17 de dezembro de 2023
Um Mundo Melhor
quinta-feira, 7 de dezembro de 2023
Marcelo e os detalhes.
Este caso das gémeas luso-brasileiras deve estar a ser celebrado nos gabinetes dos candidatos à nomeação PS como uma benção dos céus tropicais. Parece que já nem nos lembramos do porquê irmos para eleições em Março de 24. Agora só conta se o Marcelo cometeu ou não crime (sim, eu já ouvi a palavra crime mencionada mais do que uma vez) nesta história das gémeas.
Que distracção mais conveniente. Os socialistas estão quase a perdoar à Sandra Felgueiras agruras passadas.
Vamos ao que interessa.
As gémeas terão mesmo diagnóstico de Atrofia Muscular Espinal tipo 1 (AME1). O diagnóstico terá sido confirmado por um "especialista em Miami".
As gémeas têm mãe e avó com nacionalidade portuguesa. A família parece ser abonada de dinheiro e informada. Terá também problemas com o fisco brasileiro. Mas... quem não?
O tratamento da AME1 é caro, muito caro. Sem tratamento são muito raras as crianças com AME1 vivas aos 2 anos de idade. E se o são - raros casos - vivem com apoio ventilatório e nutrição artificial.
Há 2 tratamentos para a AME1:o Spinraza é administrado q14d as 1ªs 3 doses, depois q1mês e depois q4meses para sempre, INTRATECAL. Não preciso de explicar os riscos associados. Tenta corrigir e em parte consegue o defeito proteico que produz a doença. O Zolgensma é uma terapêutica genética que substitui o gene defeituoso. É admimistrado com uma toma única, ev. Quanto mais cedo melhor, claro. Não está recomendado para crianças > 2 anos de idade.
O Zolgensma é muito mais prático, talvez seja mais eficaz (ver autorização EMA). É também muito caro. Mesmo muito caro.
As gémeas terão começado no Brasil o Spinraza. A família sabia que o Zolgensma não tinha autorização no Brasil. Pensaram: e Portugal? Calha que em Portugal o Zolgensma estava autorizado.
As gémeas são naturalizadas em Setembro de 2019 e começa a chegar correspondência ao D.Estefânia em Outubro. Ao D.Estefânia e ao Presidente Marcelo. Do filho. Nessa correspondência há um "relatório médico" onde se fala de "cura".
Nenhum tratamento cura a AME1. Prolongam a vida, minoram os sintomas. A vida será sempre uma de grande dependência. Sem tratamento porém as gémeas hoje já não estariam vivas. O que correu mal?
Assumo que as hesitações do D.Estefânia teriam que ver que três itens:
Primeiro, a indicação. Não há dados sobre a utilidade da sobreposição dos dois tratamentos para a AME1. Mas quem não preferiria para os seus filhos uma toma única ev vs q4meses intratecal? E foi também assim o percurso da famosa bebé Matilde. Por outro lado não consigo obter dados sobre a idade das gémeas em Outubro de 2019. E não houve qualquer consulta presencial. O diagnóstico seria inferido. As bebés permaneciam no Brasil.
Segundo e terceiro: serem não residentes e o custo do tratamento tendo em atenção o primeiro quesito. Lembro que este tratamento quanto mais cedo entrar, melhor. Não haverá lista de espera: o dx de AME1 é raro.
Até agora tudo se entende.
ERRO NÚMERO UM: de Marcelo Rebelo de Sousa. O nosso Presidente terá reencaminhado como "normal" mails de um tal de "Nuno Rebelo de Sousa". Acredito que pouco mais terá feito do que isto. Acredito mesmo. Mas nem isto devia ter feito. O apelido em questão tira qualquer neutralidade à correspondência havida. Os detalhes, Marcelo, os detalhes.
ERRO NÚMERO DOIS: perante uma insistência familiar com ajuda do Dr Nuno, a pressão rodou não percebo muito bem porquê para o Santa Maria, onde algum comissário socialista, e tudo aponta para a equipa "comissária" ter sido Lacerda Sales + Director Clínico, para agradar ao apelido em questão - lembram-se daquela história de mudar um horário dum avião? - e forçado a consulta e posteriormente a concessão do tratamento às gémeas. Claro que Lacerda Sales não se lembra. Talvez no momento nem tenha percebido o valor monetário em jogo. Acabara de começar uma... pandemia! Com se fosse um reset.
Para cunha a coisa não correu assim tão bem. Um governo tinha mudado, uma pandemia estava a acontecer e atrapalhou os eventos. O tratmento aconteceu em Junho de 2020, oito meses depois da 1ª correspondência ter chegado ao D. Estefânia. Espero que as crianças residentes não esperem tanto pelo tratamento. Claro que a coincidência de haver suposto tratamento prévio com o Spinraza confunde aqui um pouco as vazas.
Como piada anexa a história das quatro - ou seis? - cadeiras motorizadas que as crianças terão à sua espera em Portugal. Se as outras crianças não as tiveram só pode ser porque os médicos que as trataram não se lembraram de lhas pedir. Só pode ser, não?
Lembro: sem tratamento, estas gémeas já não estariam vivas. Os pais delas comportaram-se sempre como quaisquer pais se comportariam postos nas mesmas circunstâncias. E não são médicos.
MAS, AGORA QUE A COISA ESTÁ EXPLICADA, VOLTEMOS AO QUE INTERESSA.
HOJE FOI FINALMENTE DEMITIDO O GOVERNO COSTA, com toda a pompa, no Palácio da Bolsa na minha cidade do Porto.
Ficará para História a história dos governos PS com maioria absoluta: o primeiro de José Sócrates e o último de António Costa.
Atenção a Pedro Nuno Santos, é um Sócrates 2.0.
Voltando a Marcelo: não há Presidências "informais". Sendo que os "afectos" embotam a clareza do pensamento.
domingo, 19 de novembro de 2023
Gaza.. 15 considerações sobre o (muito) antes.
1 - A expressão "semita" e "anti-semita" é curiosa. Judeus e árabes são ambos povos semitas. Portanto anti-semitas são judeus e árabes quando se confrontam.
2 - Os judeus não são originários da Judeia nem da Samaria. Não se sabe bem. Serão dali perto porém, algures no Médio Oriente. O Velho Testamento fala da conquista de Jericó como o acontecimento fundador da presença israelita dominante nas terras de Canaã. As trombetas fizeram as paredes cair, a conquista sucedeu-se bem como o morticínio dos habitantes da cidade. Parece que a Bíblia disz que só uma família foi poupada. O Velho Testamento não é um livro fraterno nem pacífico.
3 - As desventuras dos reinos Israelitas ao longo dos séculos terminaram com a destruição do Templo sob o jugo Romano. A diáspora judaica foi acontecendo e acontecendo.
4 - Quando a epifania maometana aconteceu no ´sec. VII não é certo que a população judaica na Palestina fosse já maioritária. A partir daí e até ao início do séc. XX (1300 anos portanto), a Palestina foi sempre uma terra com domínio árabe/muçulmano, sob as suas variadas configurações, com a capital ora em Damasco ora em Bagdade ora finalmente em Istanbul.
5 - Houve sim um intervalo instável de pouco mais de um século com a constituição dos Reinos Cristãos criados pelas Cruzadas. Reinos cristãos e não judaicos. Os judeus (ou israelitas, vamos considerar estas palavras como equivalentes) eram e continuaram a ser minoritários na Palestina e terras em redor. Dentro por ex. do Império Otomano enquanto religião monoteísta eram classificados como "Povos do Livro" (como os cristãos) obtendo alguma liberdade pessoal e religiosa e protecção, com algumas contrapartidas. Os cristãos porém acabaram por ser os grandes inimigos, com a força cada vez maior dos vários potentados europeus. O ponto de viragem foi o falhado cerco a Viena, o último, em 1683. O primeiro tinha acontecido em 1529 da mão de Solimão, o Magnífico.
6 - A perseguição aos judeus foi sobretudo um fenómeno europeu, não árabe. Os judeus sofreram ao longo dos séculos milhares e milhares da mortes às mãos dos europeus, sobretudo nos territórios católicos e ortodoxos, a sul e a leste. Cumulativamente milhões e milhões. Mas, porém, foram judeus muitos dos intelectuais europeus, desde Baruch Espisona a Karl Marx, Franz Kafka, Gustav Mahler, Albert Einstein. E depois aconteceu o Holocausto.
7 - Os Nazis parasitaram um ódio subliminar que era EUROPEU, o ódio ao povo que "matara Jesus", um povo que paradoxalmente tinha algum sucesso nos negócio, na sociedade, na cultura, e criaram um o maior monstro de extermínio da História.
8 - o séc. XIX foi o século dos nacionalismos na Europa: o italiano, o checo, o húngaro, o polaco, etc. Foi o séc. XIX que assistiu ao nascimento do Sionismo. O que era o Sionismo? A vontade de criar uma pátria para os Judeus, todos os Judeus. Sendo a definição de um povo pela sua religião aqui quase perfeita. Finalmente os judeus começavam a ficar cansados de viver em guetos (como viviam em muitas cidade europeias de bom nome), de terem leis especiais só para eles, de serem de vez em quando objecto de pogroms, tendo como resultado serem mortos. Ser Judeu na Europa era viver com receio, não levantar a voz, acomodar-se a regras alheias. Os Sionista decidiram que isto devia acabar.
9 - Homens do século do racionalismo decidiram que a pátria dos jdeus devia ser nas suas terras bíblicas, a Judeia e a Samaria. Onde mais? O século XIX começou a assistir a uma emigração progressiva para a Palestina de judeus. Ota comprando terras ora estabelecendo terras novas onde antes não exitiam. Telaviv, por ex., foi criada em 1909 logo a norte da cidade então árabe de Jafa. Um punhado de judeus ricos, eg, os Rotschilld, subvencionou fortemente esta emigração, que acelerou com o virar do século. Foi criada a Agência Judaica que enviava para a Palestina homens, mulheres, materiais de construção, máquinas, dinheiro e... armas.
10 - Com o fim da 1ª Grande Guerra caiu o Império Otomano. O Médio Oriente foi dividido pela Sociedade das Nações, o antecessor da ONU, em mandatos. O Reino Unido recebeu o Iraque, a Jordânia e a Palestina, a França a Síria e o Líbano. Em 1917 o lobbying sionista conseguiu da parte do governo britânico a Declaração Balfour que propunha a criação de uma "pátria para o povo judeu" na Palestina, embora essa criação não devesse "prejudicar os direitos civis e religiosos das comunidades não judaicas existentes na Palestina". Em 1917 os judeus não chegavam a 10% da população na Palestina. Os outros, mais de 90% eram assim definidos como os "não judeus".
11 - Os árabes e os palestinianos árabes demoraram a perceber o alcance da Declaração Balfour. Perceberam sim que a imigração judaica estava a acelerar. E, juntando 2+2, revoltaram-se nos anos 30. A revolta palestiniana nos anos 30 contra o mandato inglês foi severamente reprimida e decapitou os palestinianos das suas chefias. Por outro lado os judeus começavam a armar-se e a entrar na refrega: os judeus bem sabiam que em paz a pátria judaica nunca iria acontecer.
12 - Subjugados os palestinianos os ingleses começaram a medir o efeito que a sua política pro-judaica estava a ter no seu relacionamento com os ojutros, nascentes, países ´árabes. Restringiram, tarde embora, a entrada de mais judeus, e começaram a tentar controlar a militarização destes. Ao mesmo tempo o Holocausto estava a acontecer na Europa, logo estas medidas de limitação foram muito impopulares e cotrariadas pelos poderes emergentes, nomeadamente os Estados Unidos. E o recém criado exército judaico, o Haganah, e vários movimentos de guerrilha judeus começaram a atacar os britânicos. No fim da 2ª Grande Guerra 30% da população da Plaestina já era judaica. E os britânicos sueprvisionavam com dificuldade uma terra em ambiente de guerra civil.
13 - Em 1947 a ONU criou uma declaração, a primeira, defendendo a existência de dois estados na Palestina. Vidé o mapa infra.
.
Jerusalém seria governada por um mandato da ONU, não pertencendo nem a um lado nem a outro.
Este documento foi porém rapidamente ultrapassado pelos acontecimentos. A guerra entre palestinianos e israelitas já estava a acontecer e com vantagem para os israelitas, que conquistaram as cidades costeiras de Haifa e Jafa e "limparam" os bairros árabes de Jerusalém ocidental. Os países árabes à volta não se comprometeram directamente com o futuro palestiniano - a Jordânia aliás queria a Palestina para si, a única coisa em que concordavam era que não aceitavam a solução dos dois estados - a Palestina era de governo muçulmano, o estado judaico uma invenção ocidental. Quando Israel declarou a independência em Maio de 1948 os países árabes à volta atacaram. Isto assim posto até parece muito e foi bastante. Mas o Haganah vinha a preparar-se à muito tempo e os exércitos árabes eram recentes e mal equipados. Para além do cerco de Jerusalém pela Jordânia, que durou meses e levou à expulsão dos judeus da Cidade Velha, Israel acabou por vencer. E o mapa obtido no fim da guerra era bem maior do que aquela acima. E 700000 palestinianos tinham sido expulsos das suas casas, estas arrasadas para construir o novo Israel. Claro que no meio disto tudo dezenas de milhar de judeus tiveram também que fugir eg da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental, bem como dos países árabes vizinhos.
Os Palestinianos expulso, talvez 2/3 ou mais da população original da Palestina, refugiaram-se em campos na Jordânia, Cisjordânia, Gaza, Síria, Líbano, até hoje.
14 - A ilusão de todo um povo, sempre perseguido e perseguido como nenhum outro, na criação do Estado de Israel está plasmada no livro "Uma História de Amor e Trevas", de Amos Oz, o mais celebrado dos escritores israelitas. Os pais de Amos Oz tinham fugido de Odessa, Ucrânia para Vilnius, Lituânia em 1917, e depois vieram para Jerusalém em 1933, onde Amos nasceu em 1939. O livro é a história da sua família e da sua infância e adolescência. O cerco de Jerusalém está aqui retratado. Amos Oz explica a sua posição sobre 1948 pela voz de Efraim, no fim do cap. 51:
" - Pois bem, não deves esquecer que eles tentaram matar-nos em 48. Em 48 houve uma guerra terrível, e eles puseram as coisas em termos de ou eles ou nós, e nós ganhámos e tirámos-lhes as terras. Não há que ter orgulho nisso! Mas se eles tivessem vencido, ainda havia que ter menos orgulho: não teriam deixado um único judeu vivo. E, de facto, não vive um único judeu em todo o território deles. Mas a questão é precisamente essa: é porque lhes tirámos o que tirámos, em 48, que temos o que hoje temos. E como já temos, não devemos tirar-lhes mais. Chega."
15 - Porque Israel não cumpriu, nestes 75 anos que leva de história, esta "recomendação" de Amos Oz é que aconteceu o horrível ataque do Hamas e estamos a assistir à destruição completa de Gaza.
sábado, 11 de novembro de 2023
O PS deve acabar.
75000 euros em São Bento. Escondidos em São Bento. Em livros e caixas de vinho. A óbvia desonestidade do Chefe de Gabinete de António Costa torna evidente a incapacidade deste de se reunir, enquanto governa um país, o nosso, dos melhores e dos mais honestos.
Não me interessa se António Costa não foi José Sócrates. O trajecto não é o mesmo, mas assim como ele devia saber quem era o homem de quem foi ministro, mais ainda era obrigado a conhecer os seus ministros, chefes de gabinete, amigos. No PS pelos vistos os "amigos" são mesmo um problema. Por sobranceria e arrogância não demitiu quem devia ter demitido e soube mas "não quis saber" nem pôr mão no que estava a acontecer. Se não sabia peca por ignorante ou ingénuo, o que na política é pecado mortal.
A carreira política de António Costa deve terminar aqui. Mas também o caminho deste PS. Que é ainda o PS de José Sócrates, mal recauchutado. Galamba e Pdro Nuno são Sócrates 2.0.
Não nos devemos iludir com a metáfora de que mudam as moscas mas, sempre sendo as mesmas moscas estas engordam, engordam e a merda cresce e cresce.
O Partido Socialista deve acabar. Refunde-se com outro nome, que isto de um partido se dizer socialista obriga a muita outra coisa.
Ou então é fodê-los reduzindo-os nas próximas eleições a uma votação insignificante. Ou então não percebem. Querem votar à esquerda? Ele há outros partidos. Querem votar ao centro? Também. Ou acham que o PSD come criancinhas ao pequeno-almoço?
quarta-feira, 1 de novembro de 2023
Portanto, Novembro começa hoje (17 ideias sobre).
Na antevéspera de mais uma reunião entre Manuel Pizarro e os sindicatos lembro que o que ameaça paralizar pela primeira vez em mais de 40 anos o SNS não é as reivindicações dos sindicatos mas sim o movimento de recusa de fazer mais do que 150 horas extraordinárias, algo que não é uma greve e portanto é perfeitamente legítimo e legal e pode seguir assim até 31 de Dezembro. Ou seja, as propostas de Manuel Pizarro, mais do que convencerem os sindicatos têm sobretudo que convencer os milhares de médicos que entregaram o papel de escusa de mais horas extraordinárias. Pessoalmente acho difícil que isso aconteça, porque na classe médica ninguém confia em Manuel Pizarro. Portanto, Novembro começa já hoje.
Lembrando: quando foi que o SNS começou a correr mal?
1. Quando a Dedicação Exclusiva foi extinta a remuneração adequada de muitas especialidades médicas terminou aí. Qualquer médico do SNS para ter uma remuneração digna trabalha em mais do que um sítio, com maior ou menor facilidade consoante o mercado das suas especialidades. Este empobrecer das remunerações alimentou em parte o monstro das bolachas das Horas Extraordinárias, uma forma de suplementar um ordenado indigno.
2. Muitas especialidades, sobretudo as cirúrgicas mas não só, perceberam que nos privados poderiam ter o melhor de dois mundos: uma remuneração muito melhor e boas condições de trabalho. O apelo de um grande hospital público, com a sua patologia variada, o diálogo interpares, a adrenalina da urgência, tornou-se cada vez mais longínquo, menos audível.
3. A criação das USF-B sustentou a ideia de que os médicos eram sensíveis às cenouras dos suplementos e dos incentivos, às vezes à custa de algumas opções discutíveis e nem sempre favoráveis aos doentes. Tenho dúvidas se as USF-B vieram dignificar a mais vilipendiada das especialidades médicas, a MGF.
4. Hoje cerca de 45% dos médicos não estão no SNS. Muitos dos melhores médicos saíram do SNS. Com várias especialidades o meu diálogo agora tem que ser muito mais escolhido. Com quem eu queria falar foi embora. Antigamente todos os melhores estavam no SNS. Hoje não. A ideia não é apenas que haja um SNS. é que este exista e nele estejam os melhores profissionais e não apenas uns quaisquer.
5. O propalado aumento do investimento no SNS acontece muito porque a Medicina "nova" é sempre cada vez mais cara mas sobretudo porque houve a pandemia - os intensivos quase duplicaram no país e houve bastante admissão de profissionais direccionada para a pandemia.
6. No serviço de Medicina Interna em que trabalho há uma enorme qualidade nos internos que acompanho. Quase metade dos que acabam a especialidade escolhem ir para a privada embora pudessem ficar no SNS. Não querem ser mal pagos, trabalhar horas em fim e não serem valorizados.
7. Neste momento não se pode pedir aos médicos para trabalharem mais. Se há mais trabalho para ser feito é preciso mais médicos para o fazer. É preciso retê-los no fim da especialidade. É preciso ir buscá-los à privada com condições e dinheiro. Não há milagres.
8. A urgência será resolvida entre os cuidados primários e os hospitais num trabalho que vai levar vários anos a acontecer. Serão, repito, precisos mais profissionais para isso, num lado ou no outro.
9. As listas de espera de consultas e cirurgias terão que ser contratualizadas com privados enquanto não se decide se para isto é preciso redimensionar o SNS.
10. O Médico de Família deve ser o pilar primário do SNS.
11. O Médico de Família deve ser o pilar primário do SNS.
12. Hoje não há um único médico que confie em Manuel Pizarro. Nem talvez o próprio Manuel Pizarro.
13. As reuniões sucessivas com os sindicatos pretendem apenas a vitória pelo cansaço. Ou colocar neles o ónus do desentendimento.
14. A descida das 40h para as 35 garante um aumento de quase 15% do valor da hora. Mas ninguém fica a ganhar mais. Com este truque já foram enganados os enfermeiros.
15. A boa educação para todos é hoje apenas um mito urbano. O SNS vai pelo mesmo caminho.
16. E sim, é mesmo uma questão de dinheiro. Perguntem aos privados se não é.
17. Pode não ter parecido mas nunca deixei de pensar no português doente e utente do SNS.
segunda-feira, 16 de outubro de 2023
A Lourdes.
sábado, 7 de outubro de 2023
He's been outsmarted!
domingo, 13 de agosto de 2023
"Saúde Privada e Hospitais Privados em Portugal" por Miguel Gouveia.
Saiu para a rua no final de 2022 o livro acima mencionado de Miguel Gouveia, publicado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos. Não me considero capaz de uma crítica compreensiva do texto. Algum viés aparente no texto pode apenas nascer do âmbito do estudo proposto e não obvia à fotografia da realidade que é tão fácil de tirar: o Serviço Nacional de Saúde não responde bem e cabalmente ao que lhe é pedido pelos portugueses. O viés que eu refiro nascerá do texto ser escrito por um economista da Católica, aquela universidade daquele curso de Medicina recentemente criado... Mas adiante. Eu, pobre trabalhador de um pobre SNS, de que estou a rir?
Miguel Gouveia é particularmente arguto a definir o Sistema Nacional de Saúde português como um sistema onde existe "progressividade fiscal". Ele escreve: "Ao baixar a qualidade de serviço do SNS e ao induzir segmentos da população com rendimentos médios e altos a recorrer ao setor privado, gera-se uma situação em que estes grupos estão, na verdade, a pagar o SNS com os seus impostos, mas a utilizá-lo com cada vez menos frequência. Isto leva a que o financiamento deste sistema de saúde seja muito mais progressivo quando se examina a contribuição líquida (subtraindo aos impostos os benefícios recebidos) por grupo de rendimento. Nesta lógica, os mais pobres seriam favorecidos pela redução da qualidade do SNS: se este sistema de saúde melhorasse, os grupos populacionais com rendimentos médios e altos passariam a utilizá-lo mais frequentemente, aumentando os seus custos globais. Isso levaria a um incremento dos impostos em geral, incluindo aqueles que seriam pagos pelos mais pobres. // Em suma, a reduzida qualidade do serviço do SNS (...) resolve o problema primordial das Finanças, que é a contenção de custos (...). Para quem ainda não tinha percebido Fernando Medina...
Este lvrinho merece leitura e releitura sérias. Em nenhum parágrafo há qualquer reflexão sobre a remuneração da classe médica, quer dum lado quer do outro da trincheira. A velha dedicação exclusiva é arrumada num simples parágrafo: "A opção pela exclusividade era usada oportunisticamente tanto por médicos em fim de carreira como por outros que desejavam aumentos de rendimentos sem aumentos de produtividade" (!). Claro que a partir daqui a discussão política recente da "dedicação exclusiva obrigatória" (com a qual não concordo) é veementemente desaconselhada, pois poderia levar a uma "explosão de custos". Defende-se a "situação corrente" de uma dita "prática dual", "desejável porque amortece a competição que existira pelo trabalho dos médicos em exclusividade e aumenta a oferta total de serviços realizada, com ganhos para o setor público (e também para o privado)". A baixa produtividade do SNS é um mantra repetido ad nauseam, e, por ex., o peso da formação só é mencionado ao se saudar o início de alguma formação em hospitais privados.
A análise da resolução dos contratos das PPP restringe-se apenas aos números: poupava-se "X", produzia-se mais "Y". Portanto... mas porque falharam mesmo as renegociações? E o que aconteceu ali para os mesmos hospitais começarem a funcionar pior?
A questão da "escolha dos doentes" pelo sector privado é revista, bem como a "procura induzida". A maré de cesarianas que acontece no sector privado é mencionada e reprovada.
O excesso de população médica é colocado em dúvida, por não se ter em conta os "médicos inactivos". O que importa, e por aí ficamos, é que não há falta de médicos em Portugal. Por outro lado, ao falar dos enfermeiros, dá atenção ao seu âmbito de competências ser em Portugal provavelmente mais restrito do que noutros países da Europa. A lógica dos custos aqui também subjacente...
Finalmente em nenhum momento a palavra "interior" é mencionada. E é o primeiro livro sobre saúde em que não li a frase "o problema das urgências".
A solução para quem escreve é "Além de melhorar a gestão dos recursos na prestação pública e na contratualização interna, requer-se capacidade do Estado para saber usar estratégias de contratualização com o setor privado." O Estado deve ser sobretudo um "contratador eficaz".
Não vou dizer que discordo por completo. Até porque Miguel Gouveia chama Ernest Hemingway para nos explicar como se chega à falência (do SNS): "Gradualmente e, depois, de repente.". Que, como diria Salvador Martinha, "está a acontecer."
sexta-feira, 11 de agosto de 2023
Vinte e uma coisas sobre Milfontes.
sábado, 3 de junho de 2023
Almada, o Dantas e os Maus Hábitos.
quinta-feira, 1 de junho de 2023
A Turquia é mais europeia do que pensamos.
Erdogan ganhou as eleições presidenciais turcas, numa segunda volta que acabou por ser pouco renhida. Não se fala aliás em fraude eleitoral, embora Erdogan controle os principais jornais, as televisões, as rádios. E os tribunais, e a polícia. Vamos por num mapa os resultados das eleições.
Será este padrão estranho? Exclusivo da Turquia? Anti-europeu?
Vejamos as últimas eleições húngaras, que aconteceram em 2022. Orban melhorou os resultados anteriores, para surpresa de todos. E vejamos o mapa.
Orban aparece neste mapa com a cor castanho-merda enquanto a oposição é azul-clara. A oposição vence Budapest (que é 1/4 da população do país) e duas outras cidades, Szeged e Pecs. Mas a "Hungria profunda" afoga a votação mais urbana dando a Viktor Orban 53% dos votos. Não houve muitos protestos sobre uma eventual fraude, embora os votos da diáspora húngara fossem muito discutidos...
As eleições presidenciais polacas de 2020 forma muito discutidas por terem sido em plena pandemia e só com voto por correio. Apesar da completa parcialidade da televisão pública, nâo foi considerado pelos observadores internacionais existir qualquer evidência de fraude em grande escala. O populista Andrzej Duda ganhou na 2ª volta com a distribuição espacial de votos no mapa do país que se segue:
Vamos até à República Checa para terminarmos com uma nota mais optimista. Um candidato pro-europeu ganhou já este anos as Presidenciais, contra o populista Andrej Babis. Mas podemos ver neste mapa da 1ª volta que a Chéquia profunda resistiu enquanto o vencedor Petr Pavel arrasava, por ex., em Praga...
Moral da história: a Turquia não é mais do que um país da Europa Oriental... e o problemas nestas terras do Oriente é o país profundo e antigo que neles existe e que domina as contas e o que ele quer.
terça-feira, 30 de maio de 2023
O ciclismo português em sete momentos e quem os protagonizou.
A história do ciclismo português vivida no estrangeiro pode parecer a alguns ter começado com Agostinho mas não foi assim.
Em 1956 Alves Barbosa, o famoso ciclista do Sangalhos, ficou em décimo lugar na Volta à França. Foi uma prova estranha, vencida estranhamente por um rolador de nome Walkoviak e isto porque sobretudo a equipa francesa não se entendeu sobre quem deles devia ganhar a prova e os escaladores em prova, Gaul, Bahamontes, Nencini, não se preveniram contra as muitas escapadas que definiram a classificação. Já escrevi sobre os trabalhos de Alves Barbosa neste Tour, um ciclista que hoje seria caracterizado talvez como um puncheur, mas, para não ir mais longe, ele ficou à frente de Charly Gaul, que meses antes ganhara o Giro de Itália. Foi recebido em apoteose em Portugal.
Em 1969 pelas mãos de Gribaldy Agostinho aterra na Volta à França. Fica em oitavo e ganha duas etapas, duas. Ninguém o conhecia, daí talvez as vitórias, é verdade. Mas para um corredor que era profissional há apenas um ano receber os elogios de Eddy Merckx, que entretanto estava a ganhar o seu primeiro Tour, foi obra e grande.
Em 1978 um Agostinho contratado para ser gregário do belga Freddy Maertens acaba no pódio da Volta à França. Agostinho não fazia top dez em França desde 74. Correra um ano num projecto internacional do Sporting que correu mal, e depois dois anos pela espanhola Teka, com resultados variáveis. Em 1978 corre pela belga Flandria, cujo trepador número um é Michel Pollentier. Só que este, ao ganhar o Alp d'Huez no tour, troca as urinas e é expulso da prova, deixando a via livre... para a primeira vitória de Bernard Hinault e para Agostinho assumir a liderança da equipa e acabar terceiro! Ding dong! Quelle surprise!
Em 1979 Agostinho é líder da equipa, depois da surpresa do ano passado. Tem uns azares nas primeiras etapas e perde muitos minutos. O Tour volta a ser o que, após a expulsão de Pollentier, tinha sido o de 78, um duelo entre Hinault e Zoetemelk. Assim se deu coisa, com resultado similar, a vitória de Hinault. Agostinho foi recuperando, recuperando, ganhou onde Pollentier tinha"falhado" no ano anterior, no Alp d'Huez, (a tal vitória) e chegou outra vez a 3º na antepenúltima etapa, sendo 5º num contra-relógio individual, assim se mantendo até final. Dois pódios consecutivos! E este aos 36 anos de idade.
Rui Costa é um homem azarado. Azarado mesmo! Pelo perfil habitual dos ciclistas portugueses nunca se pensou ser possível um dos nossos poder chegar a Campeão do Mundo de Ciclismo de Estrada. Mas Rui Costa conseguiu. Assombrado pela figura mítica de Agostinho, Rui Costa era (e ainda é, ainda está no activo) um ciclista diferente. Acho que ele próprio pensou, em 2014 e 2015, depois das duas etapas ganhas no Tour de 2013, poder ser um homem de três semanas.Não foi. Porém um Campeonato do Mundo não acontece todos os dias - e ganho como o foi, na ratice e na garra contra Valverde, Joaquín Rodriguez e Nibali, nem mais... - foi uma vitória única e inesquecível.
Rui Costa tem um palmarés muito interessante em provas de uma semana, o melhor dos portugueses. E em 2014, com a camisola de Campeão do Mundo de Estrada, Rui Costa ganhou pela 3ª vez consecutiva a Volta à Suiça. Esta prova é aquela com maior história das voltas de uma semana, embota não a mais antiga. Por ser ultimamente marcada "mais em cima" da Volta à França, durante algum tempo o seu pedigree era inferior ao Dauphiné por não permitir grande respiro até ao Tour. No entanto as vitórias em 2019, 2021 e 2022 pertenceram a uns tais de Bernal, Carapaz e Thomas, Geraint Thomas. Em 2020 não houve... Rui Costa foi o único a ganhar esta Volta assim, três vezes sem intervalo. No que diz respeito a portugueses o Agostinho fôra 5º em 72, o José Martins 4º em 76, o Acácio Silva 2º em 84... Hoje o Rui Costa está como que quase esquecido. Se formos a um site tipo o Procyclingstats verificamos que em cumulativo tem mais pontos atribuídos na sua carreira do que o Agostinho, um verdadeiro sacrilégio!
O momento número sete aconteceu este domingo que passou com o pódio do João Almeida no Giro!