quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

Pedro Passos Coelho, Pedro Nuno Santos e o amor pelos portugueses - parte 1.


Talvez custe um pouco lembrar mas em 2011 José Sócrates pediu a demissão de Primeiro-Ministro de Portugal pelo chumbo do PEC IV  e a necessidade de "chamar a Troika". O défice das contas públicas em 2010 foi de 11,2% e o nível da dívida pública quase duplicara em seis anos.

Pedro Passos Coelho foi e não foi Primeiro-Ministro de Portugal entre 2011 e 2015. O governo financeiro foi na realidade externo, da famosa "Troika", que aplicou um ajuste férreo à economia e ao estado português. O governo de Pedro Passos Coelho foi um conjunto de "bonecos" de quem ninguém tem boa memória - Vítor Gaspar, Miguel Relvas, Álvaro Santos Pereira, Nuno Crato - e eles pagaram na mesma moeda, parecendo sempre não gostar do país que governavam. O meu ministro da Saúde,  Paulo Macedo, no meio desta tormenta foi uma honrosa excepção. Pedro Passos Coelho foi aliás muito coerente nesta falta de empatia com o momento difícil que o "seu país" passava, sugerindo inclusivé  que quem não estivesse contente que emigrasse. Em 2014 conseguiu a famosa "Saída Limpa", mas ninguém lhe agradeceu o feito. Mito ou realidade, o povo acreditou qie Passos Coelho ao governar fora "Ainda Além da Troika" no "esganar" do País. Mito ou realidade, assim ficou na memória colectiva. Em 2015 foi despachado e substituido pela "Geringonça" de António Costa. António Costa foi Primeiro-Ministro obtendo apenas mais 4% de votos do que Sócrates em 2011.

Portugal sobreviveu à Troika com nota alta por duas ordens de factores: Turismo e Exportações. Mas sem o aperto de 2011-2014 a "Geringonça" não teria podido fazer o brilharete de, muito gradualmente e de forma não completa, desfazer o novelo de arame da "Troika". A "Esgana" de Pedro Passos Coelho e a "Saída Limpa" forma fundamentais. Isto e também o País ter continuado, esforçado mas sereno, independentemente do governo de turno, a receber cada vez mais Turistas e a Exportar cada vez mais. 

Os Governos de Costa, incluindo a "Geringonça", foram governos de navegação à vista, de cativações certas e de investimentos poucos e incertos. A popularidade da dita "Geringonça" nasceu muito do contraste em relação a Passos Coelho. Centeno parecia quer nos queria deixar ter mais dinheiro, António Costa parecia gostar de nos governar. Gostar gostava, o "nos" um mero detalhe. 

Não houve um rasgo diferenciador, um momento de excepção neste oito anos. Eu sei que houve uma pandemia, mas esta também foi de navegação à vista, mérito houve mas não das cúpulas, sim nas classes profissionais que perfazem o SNS e que se excederam, surpreendendo até a mim.

Acumulado todo o dinheirinho estes anos todos "em cativanço" por Centeno e Medina, eis que chegamos a 2023 e era um tal de lançar obra: ele é comboios, ele é aeroporto, ele é lítio e hidrogénio...

Eis senão quando António Costa decide que é ele que manda e não demite o Galamba.

78000 euros depois, temos como se nada um PS de cara lavada a todo o vapor a correr para eleições tendo a maquinista Pedro Nuno Santos, um "Fazedor", a versão 2.0 de José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, de seu nome completo.

No 3º parágrafo dei a minha opinião sobre se este País deve alguma coisa a Pedro Passos Coelho. A minha resposta é sim.

No parágrafo anterior explico porque Pedro Passos Coelho nunca deverá ser Presidente da República.


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