domingo, 24 de dezembro de 2023

Pedro Passos Coelho - parte 2.

 



A liderança do PSD por Pedro Passos Coelho deixou marcas e como! Lembro que foi o líder do PSD mais tempo no poder a seguir a Cavaco Silva.

O PSD sempre foi uma manta de retalhos. O surgimento da Iniciativa Liberal e do Chega implicaram a perda de dois "retalhos". Como assim?

O governo Passos Coelho foi o mais "liberal" que este país já teve. Fazendo paradoxalmente algumas coisas ao contrário - como subir impostos - mas prometendo que mais à frente iria haver uma valente marcha-atrás. O "ir além da Troika" foi a tentativa de diminuir o Estado ainda além daquilo que a Troika pedia, muitas vezes sem razão nem jeito. 

A Iniciativa Liberal (IL) nasceu a partir de um grupo de gente dos blogues e seduziu parte deste PSD mais liberal, carregando nas tintas com as noções da "flat tax", e da privatização uber alles. Num país anormalmente taxado, a "flat tax" apelaria sempre a uma certa parte da população, mas com "tecto terapêutico". A IL acabou por ficar como uma espécie de CD sem S (e pouco D, dado o que aconteceu com Carla Castro).

Outra história o CHEGA. O CHEGA nasceu quando um inspector de finanças e escritor nas horas vagas de nome André Ventura concorreu à Câmara de Loures com o apoio de Pedro Passos Coelho, discurso anti-cigano incluido, e a venerável escusa do CDS em apoiá-lo. Ventura percebeu, sobretudo pelas redes sociais mas também pelos órgãos de comunicação social, que havia um nicho de descontentes da vida em Portugal que pedia uma voz. Que ora votava CDS/PSD ora não votava mas sempre sem entusiasmo e pouco engodo. O resto é história. Nas sondagens está agora em 16%.

Pedro Passos Coelho, muito obrigado! 

A tua herança pode ter arruinado a alternância democrática em Portugal, deixando-nos reféns dum PS que não precisa de ser grande m... para ganhar... sempre!


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