domingo, 30 de abril de 2017

O Evangelho segundo S.Caetano.




Para quem não entenda logo o que eu quero dizer e venha por aqui à procura de algum novo apócrifo eu explico: fui terça-feira passada ver o Caetano ao Coliseu. Não vou muito falar do espectáculo, porque já não tenho idade para avançar banalidades. Foi muito bom. Caetano, para além de compositor e intérprete das suas canções - e leva cinquenta anos disso - fez muitas canções para outros e outras, algumas das quais foi buscar para este espectáculo. Caetano é garoto há 74 anos, filho de Dona Canô, que morreu aos 105. Foi preciso o Currucucu Paloma para nos apercebermos de como Caetano é um óptimo intérprete? A idade soltou-o das amarras que nunca teve, exilado, nunca consensuado, insultado às vezes pelo Rio cansado da ditadura baiana na MPB. Por isso ele canta "Love For Sale" de Cole Porter e "Como Dois e Dois" que escreveu para Roberto Carlos. E termina com "Qualquer Coisa", um explicativo. Porque quando chegamos à essência do que é ser Caetano ele já está para lá de Marraquexe.

E sim, eu que ateu me confesso, as letras de Caetano, coligidas e por mim mentalmente anotadas, são como que um Evangelho onde volto e volto e volto. O mais volumoso, o mais certo. Não infalível, porque isso não há, nem na escrita nem na vida. Caetano algumas vezes lavou a sua roupa suja heterossexual nas canções que publicou, zangado com elas, uma de cada vez. Não gostei, perdoo, salto a página. Caetano é um garoto de 74 anos, um menino não do Rio - outra linda canção - mas de S.Salvador, obrigado Caetano, salvaste-me mais do que uma vez.


sábado, 29 de abril de 2017

Cracóvia - dia um.

Começo por confessar que me enganei. O primeiro jantar em Cracóvia foi num restaurante italiano mas não numa cave, sim num primeiro andar. Calhou ser a sala pequena e estar sentada na mesa ao lado uma família portuguesa. Nem de propósito. Pai, mãe, rapaz mais velho, rapariga novinha. Esta estaria subfebril, dizia-se. A seguir o programa de visitas - auto-caravana? viatura própria? - apertado, enunciado pela mãe. Depois as coisas começaram a complicar-se. O tema era... enfim, não sei como dizê-lo... o pai teria tido... muitos gases... não caracterizáveis como inodoros... e este facto da vida, aumentado à lupa pelo facto da nossa família portuguesa assumir que ninguém os entendia, deu uma boa meia hora de galhofa familiar. Como criticar? Não foi fácil conter a minha companhia, exultante com a temática. O perigo era muito. Cedeu finalmente o assunto. Porque veio a conta. "Que cara!" - comentaram. E cada item foi analisado. O rapaz criticou - "vocês pedem uma garrafa de vinho de 70 zlotys!". A mãe defendeu-se: "Filho, estamos de férias!". Enquanto saiam o vinho, cuja garrafa apenas meio bebida ficava para trás, ainda era motivo de conversa. Era uma família portuguesa com toda a certeza...

Portanto só agora me dedico ao primeiro acordar em Cracóvia. Benditos cortinados... Um  correcto pequeno-almoço hoteleiro provocou-me logo saudades da informalidade de Varsóvia. Porém... 

Saímos à procura do bairro judaico de Kasimierz, que fica não longe para sudeste, imediatamente antes do rio Vístula - exactamente, o mesmo rio banha as duas principais cidades da Polónia. Kasimiersz dividia-se na realidade numa parte ocidental católica e uma parte oriental judaica. Percebe-se que o bairro está apenas meio recuperado, e que as casas eram variáveis e variadas na sua qualidade. Visitámos o Museu da História dos Judeus na Galícia. A Galícia era a parte polaca do Império Austro-Húngaro e correspondia aos 2/3 para leste do sul da actual Polónia (a Silésia era alemã) mais um naco importante que hoje é Ucrânia, incluindo a actual Lviv. Centenas de milhares de judeus viviam aqui, possívelmente a maior concentração de judeus na Europa antes do Holocausto acontecer. O museu é um esforço particular de meia dúzia de pessoas e sobretudo de uns poucos de fotógrafos que procuram recuperar a memória de uma presença judaica num espaço e num tempo que se perdeu este, e que foi quase completamente arrasado aquele. Exposição que impressiona. 
Almoçámos bem na praça central do bairro judeu. Meia dúzia de restaurantes anunciavam a devida comida kosher, escolhemos um, o rapaz que nos convidou à entrada era simpático.Já agora chuviscava e fazia frio. No bairro foram recuperadas várias sinagogas. Visitámos uma e o cemitério. Infelizmente lembrei-me de Israel. Existem várias explicações na net sobre a razão para os telhados metálicos das lápides judaicas serem cobertas com pedrinhas. Depois fomos recuperar algum calor ao hotel.

Lanchámos num simpático sítio italiano, mais um. Na praça central da Cidade Velha acontecia uma qualquer representação teatral num palco com padres e militares e muitas bandeiras polacas. Havia por ali muita gente. Mantinha-se o frio e o chuvisco. Fomos até à barbacã que fecha a Cidade Velha a norte - o único resto da muralha que subsiste e depois jantámos no tal italiano numa cave. 

No italiano numa cave atrás de nós um casal intercambiava piropos. A minha companhia estava fascinada com o jogo. Foram considerados muito bonitos os dois, como que de cinema. Discordei. As falas as habituais, o objectivo conhecido. Não, ali o amor não acontecia.

sexta-feira, 21 de abril de 2017

Poland by train e mais.

O dia 3 de Varsóvia era só de despedida. A ideia era efectivamente tomar calmamente o pequeno-almoço, fazer as malas e apanhar o comboio directo Pendular - exactamente igual aos nossos - Varsóvia-Cracóvia, de forma a almoçar já em Cracóvia. 
Cedo acordei, já se sabe. Ao pequeno-almoço a mesma mocinha do dia anterior, bem menos tímida, note-se. Desaprovou a nossa decisão de viajar para Cracóvia. Aparentemente os cracovianos serão gente má que dedica os dias a atirar machetes uns aos outros, por triviais razões futebolísticas. O clima também será húmido e depressivo. Nada, a rapariga não se cortava. Falou mal de mais umas quantas cidades da Polónia, incluindo a sua de origem, onde a jventude teria parado nos noventa e ainda usava boomboxes (sic). Ficou-nos a saudade (weird polish people!) mas Cracóvia chamava. Malas feitas caminhámos em direcção ao centro onde ficaria a Estação Central dos comboios. Ladeámos por sul o já referido Palácio da Ciência e da Cultura. O tempo tinha mudado, fazia algum frio, estava nublado. Não é que o edifício seja feio - que também o é. Pior é o "descampado" que o rodeia, com se Varsóvia se recusasse a "chegar-se" ao edifício. O Empire State está melhor em NYC porque rodeado de outros arranha-céus, mais baixos, que acrescentam. Harmonioso, escorreito, não belo, assim o  Empire State - não o comparem ao Chrysler Building - sobrevive e mais. Portanto, coitado deste Palácio, ninguém o quer, se calhar nem as moscas. 
Na estação uma funcionária em polaco informou-nos que comboio só daqui a um bom bocado e que chegaríamos a Cracóvia depois das quatro da tarde. Cumprimentei-a atenciosamente e fui para uma máquina automática onde comprei na boa exactamente os bilhetes de primeira classe que a internet me tinha dito que me iriam depositar em Cracóvia às 14h30. Assim foi. Por um preço ok tivemos direito a um sumo e uma refeição leve. O Pendular polaco cumpre o que promete. Sem esticar a velocidade como o nosso, chega mais rápido porque parte de Varsóvia...  e só volta a parar em Cracóvia. Nada de Aveiros, Coimbras B ou Entroncamentos. A viagem foi simpática... e plana, porque assim é o país. Verde, arborizado, cultivado. A agricultura polaca foi muito temida aquando da adesão à UE.

Estava ainda mais frio em Cracóvia. A Estação Central de Cracóvia desagua num grande Centro Comercial que termina a uma centena de metros da Cidade Velha.  Cracóvia - aproveito para adiantar - ainda é mais simples geometricamente do que Varsóvia. Por entre chuviscos e temperaturas baixas fomos ladeando a Cidade Velha até chegar ao Hotel Legend. Tomámos conta do quarto e descemos para, exaustos, almoçar no hotel. O receio pelo preço não se confirmou. As bochechas de porco que almocei foram o melhor prato de toda a viagem à Polónia. Curiosamente este ano tem pendido para este prato. A versão portuguesa também excelente, acrescento. Frio estava, chuva caía. Mas era Cracóvia. Saímos. Cracóvia é famosa sobretudo pela sua Cidade Velha, bem maior que a de Varsóvia, e "original" porque não reconstruída. A velha muralha é hoje uma cintura verde que delimita a Staré Mesto, que tem a forma de um ovo. O Hotel ficava colado à cintura verde. Fomos logo até a velha Praça do Mercado. Aberta, algo elevada, o frio era cortante. A praça é enorme e tem no centro um edifício Renascença que era o antigo Mercado dos Tecidos, hoje uma feira de artesanato e equiparados para o turista. Parece que aqui o âmbar é um must. Voltámos ao hotel, voltámos a sair, o clima estava a complicar-nos a vida. Jantámos num italiano numa cave muito gira e fomos dormir. 

Warszawa dia dois.

Acordei cedo. O sol... Ao pequeno almoço fomos acompanhados por outra rapariga, mais tímida que a Matilda. Saímos para a rua (lembro-me sempre do Rui Veloso...) e embicámos para sul, pelo Caminho Real, direcção Palácio Real de Verão, o Lazienkowski. Andámos ainda um bocado. O caminho Real vai evoluindo até se transformar numa larga avenida que atravessa o zona das embaixadas - Warszawa é a capital do país, não esquecer. Finalmente chegamos à zona dos parques, primeiro o Botânico, que nos proibe de entrar com cães e... transístores! Não entrámos. O parque Lazienki desenhava um côncavo pelo qual começámos a descer. A estrela da companhia é um pequeno palácio rodeado de água. Perto uma cafetaria onde tomámos alguma coisa e apreciámos os esquilos que à nossa volta se divertiam. Lentamente voltámos para norte pelo parque Ujazdow e fomos almoçar ao Rozdroze - restaurante mais para polacos do que para estrangeiros. A mega-polaca que nos atendeu não sabia inglês e não foi preciso. Almocei "pierogis" - o prato polaco mais popular, uma espécie de raviolis.

Que fazer à tarde? Derivámos para o rio e para o Centro Copérnico. Estão a ver o Imaginarium na Feira? Imaginem uma coisa idem mas bastante maior. Fomos informados simpaticamente que a casa estava cheia, esperámos uma meia hora. Depois, foi brincar. Saímos na hora de fechar. Lentamente fomos depois serpenteando por entre o rio e o Caminho Real até ascender à porta de entrada da Cidade Velha por uma zona ajardinada nas traseiras. Varsóvia recomenda-se. Queríamos e obtivémos gelados. Fomos espreitar a Praça do Mercado uma última vez. Rodámos para sul e a direita e começou a chuviscar. Estava prometido desde a manhã. Ainda deu tempo de ver os limites do Ghetto de Varsóvia marcados no pavimento, de visitar em recolhimento o Monumento aos Mortos da Insurrecção do Ghetto Judeu de Varsóvia, de, em frente, admirar  o bonito edifício do Museu do Ghetto Judaico de Varsóvia. Varsóvia viveu duas insurreições, a dos judeus em 43 - que foram completamente massacrados, e a dos polacos não judeus em 44 - massacrados também com os soviéticos (esperando?) à porta. A história de Varsóvia mais do que arrepia.

Jantámos Subway.

Stuart Bingham.


Só gosto dos desportos que não domino. Não vou falar do futebol - sim, dois pés direitos, sendo eu canhoto de origem. Considero o ciclismo o mais nobre dos esforços, a mais cruel das aventuras, o mais injusto dos mundos. Dele não me canso. Passo os dias a ver a beleza do mundo verde que se chama snooker. 
Já quase destrui um pano verde daqueles. Amigos meus mais capacitados sugeriram-me que não repetisse. Estou neste momento a ver Stuart Bingham na segunda ronda do Campeonato do Mundo a bater-se jogo a jogo com um rapaz em ascensão, parece que se chama Wilson. Stuart Bingham tem quarenta anos. Leva mais de vinte anos de profissional. Ganhou o primeiro torneio de monta só em 2011. Pacato, bom rapaz, pesadão e sapudo de cara, correcto até mais não. É exactamente o oposto do Ronnie the Rocket Williams, que comete faltas, mostra o dedo, joga de meias, queixa-se de tudo e de todos, enquanto empurra o jogo para a frente e apela às multidões. O snooker avançou com o Rocket mas avança também com Stuart Bingham, Campeão do Mundo em 2015 com o mais suave e perfeito dos jogos, eu vi - eliminou o Rocket nos quartos-de-final e o chato do Judd Trump nas meias, Bingham não pára de jogar, é um trabalhador, não uma estrela. Não regateia torneios. Quando foi campeão perguntaram-lhe: "E agora?" "Vou oferecer uma carro novo à esposa - disse - o Astra está um pouco visto. E hoje à noite fico com os miúdos, porque ela trabalha. Não é frequente eu ficar com eles." Fora do jogo e da família não há menino. Para melhorar o jogo procurou discretamente o melhor treinador e também pratica uma espécie de zen online chamado ZingUp. Estás a rir? Já foste Campeão do Mundo de quê, caralho?

Só gosto dos desportos que não domino. A verdade mesmo é que não domino nenhum...

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Um Poeta Quase Desconhecido.

O PÃO E A CULPA


Desde que me conheço sei o pão
E o corto em companhia.
Por ele me bate o coração,
E em sua dobra quente
Grelava outrora a alegria
De mim e de muita gente.

Uma hastilha de seiva começava-o
Como um fio de luz,
E a eira rasa dava-o
Tal como a rosa de alva a cor produz.

Vinha a nós como o Reino vem na prece,
Sendo feita a vontade ao Lavrador:
Assim numa alma limpa amadurece
A semente de amor.

Era o pão. Chão de pão,
Dizia-se ‑ e era logo;
Caía o gesto à terra, a espiga balouçava,
O tempo, devagar, corria-lhe a sua mão,
E com um pouco de pinho e outro de fogo
A vida clara estava
Naquela combinação.

Hoje, que é pão ainda, e à noite nosso,
Vai-se a cortar, falta-lhe talvez polpa.
Se não parto na mesa o pão que posso
É minha a culpa.

Eu sei o pão de cada dia e trago-o:
Ontem, como amanhã, já hoje mo dão;
Mas, vago, a meio da dentada, trago-o,
E não, não é bem o mesmo, ou então não posso…

Ou pelo menos não é todo nosso
Este que levo à boca, o nosso pão.







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Este poema escreveu-o Vitorino Nemésio e aparece na sua colectânea "O Pão e a Culpa". É dos poemas mais perfeitos da poesia portuguesa do século XX. Descobri Vitorino Nemésio há umas décadas quando Vasco Graça Moura o declarou melhor do que Pessoa (ao mesmo tempo destruia Miguel Torga apelidando-o de "menor"... o mais assassino dos apelidos...). Quem hoje fala de Nemésio? Desmemoriado país este... Ao menos algumas ruas possuem o seu nome, ao menos...
Ele há coincidências...


domingo, 16 de abril de 2017

Warszawa dia um.

Amanhã faz uma semana que voltei ao trabalho. É limitada a minha capacidade de controlar as companhias de estacionamento. Por muito que se acelere ou trave o passo... Por acaso estou a pensar fazer alguma coisa sobre isso. Tive por companhia do estacionamento até ao hospital alguém que após saber da minha visita à Polónia resolveu explicar-me porque não gostava de polacos. Eu percebo porque os polacos não gostaram dela. Concordo, aliás. Adiante.

O pequeno-almoço aconteceu numa ampla cozinha com a simpática companhia da Matilda. Acordara cedo com o sol em força - o quarto era virado a nascente e as cortinas completamente porosas. Um problema que iria repetir-se nos dias seguintes. Tinhamos ido antes até à varanda do quarto que dava para o pátio interior. O chão era de ferro e tinha um buraco - uma bala perdida? A Matilda assegurou-nos que não. 
Outra coisa que a minha não-amiga se tinha queixado para minha tortura no caminho entre o estacionamento e o hospital era que Varsóvia era "confusa". A Medina de Fez é confusa e ninguém se queixa. Varsóvia é uma cidade muito simples de entender. O Vístula corre placidamente de sul para norte. O Castelo Real define a entrada para a (completamente reconstruída) Cidade Velha. Quase tudo o que é importante em Varsóvia fica a oeste do rio. Do Castelo Real para sul e paralelamente ao rio faz-se o Caminho Real (hoje uma sucessão de ruas comerciais) que conduzia... o Rei até ao seu Palácio de Verão, o Palácio Lazienkovski. Esta dorsal norte-sul é cruzada por uma larga artéria que liga o leste da cidade, do outro lado do rio, ao Novo Centro, onde ficam os hotéis, os arranha-céus financeiros, a estação central de comboios e o Palácio da Cultura e Ciência, prenda soviética e edifício mais alto da cidade. Já está. Isto é Varsóvia e não conheço cidade mais simples.
O nosso hotel ficava no cruzamento deste "X". Subimos o  Caminho Real para ver o Castelo e a Cidade Velha. 
A reconstrução da Cidade Velha é perfeita. Demasiado? A minha companhia protestava por se sentir numa espécie de cenário. Eu sou velho o suficiente para ter conhecido a Praça da Ribeira do Porto com as casas por repintar, não fruta-cores como hoje estão. A Cidade Velha é também relativamente pequena - três ruas paralelas e suas transversais e uma Praça Central. Varsóvia só foi capital a partir do século XVIII. Muitas igrejas, alguns padres, algumas freiras. A norte uma barbacã e um ex-fosso separáva-nos da expansão norte da que-já-foi-pequena cidade, a "Cidade Nova", igualmente interessante, onde almoçámos. 
Depois reentrámos na Cidade Velha e descemos até ao rio cuja beira - em urbanização algo nova-rica - estava em obras. Atravessámos para leste para visitar... Praga! Assim se chama o bairro mais importante de Varsóva a leste do Vístula. Assim conseguimos os nossos metros fora do circuito turístico. Praga tem alguns espaços verdes à entrada e apercebemo-nos que aqui há uma mistura de antigo e novo, blocos de apartamentos recém-feitos e blocos de apartamentos antigos ainda com marca de bala - da segunda guerra? Vimos também as entradas para o recente é não muito utilizado Metro de Varsóvia, cujo toldo de entrada é um estilizado e espalhafatoso "M". 
Foi um dia de muito caminhar. Ainda fomos espreitar o Palácio da Cultura e Ciência - mais do que ser feio, que nem é, terá criado um vazio de espaço na cidade que dinheiro novo só agora vai preenchendo... e no fim voltámos à antesala da Cidade Velha para depois comer numa pizzaria turca no Caminho Real uma pizza turca - great mistake!