sexta-feira, 21 de abril de 2017

Poland by train e mais.

O dia 3 de Varsóvia era só de despedida. A ideia era efectivamente tomar calmamente o pequeno-almoço, fazer as malas e apanhar o comboio directo Pendular - exactamente igual aos nossos - Varsóvia-Cracóvia, de forma a almoçar já em Cracóvia. 
Cedo acordei, já se sabe. Ao pequeno-almoço a mesma mocinha do dia anterior, bem menos tímida, note-se. Desaprovou a nossa decisão de viajar para Cracóvia. Aparentemente os cracovianos serão gente má que dedica os dias a atirar machetes uns aos outros, por triviais razões futebolísticas. O clima também será húmido e depressivo. Nada, a rapariga não se cortava. Falou mal de mais umas quantas cidades da Polónia, incluindo a sua de origem, onde a jventude teria parado nos noventa e ainda usava boomboxes (sic). Ficou-nos a saudade (weird polish people!) mas Cracóvia chamava. Malas feitas caminhámos em direcção ao centro onde ficaria a Estação Central dos comboios. Ladeámos por sul o já referido Palácio da Ciência e da Cultura. O tempo tinha mudado, fazia algum frio, estava nublado. Não é que o edifício seja feio - que também o é. Pior é o "descampado" que o rodeia, com se Varsóvia se recusasse a "chegar-se" ao edifício. O Empire State está melhor em NYC porque rodeado de outros arranha-céus, mais baixos, que acrescentam. Harmonioso, escorreito, não belo, assim o  Empire State - não o comparem ao Chrysler Building - sobrevive e mais. Portanto, coitado deste Palácio, ninguém o quer, se calhar nem as moscas. 
Na estação uma funcionária em polaco informou-nos que comboio só daqui a um bom bocado e que chegaríamos a Cracóvia depois das quatro da tarde. Cumprimentei-a atenciosamente e fui para uma máquina automática onde comprei na boa exactamente os bilhetes de primeira classe que a internet me tinha dito que me iriam depositar em Cracóvia às 14h30. Assim foi. Por um preço ok tivemos direito a um sumo e uma refeição leve. O Pendular polaco cumpre o que promete. Sem esticar a velocidade como o nosso, chega mais rápido porque parte de Varsóvia...  e só volta a parar em Cracóvia. Nada de Aveiros, Coimbras B ou Entroncamentos. A viagem foi simpática... e plana, porque assim é o país. Verde, arborizado, cultivado. A agricultura polaca foi muito temida aquando da adesão à UE.

Estava ainda mais frio em Cracóvia. A Estação Central de Cracóvia desagua num grande Centro Comercial que termina a uma centena de metros da Cidade Velha.  Cracóvia - aproveito para adiantar - ainda é mais simples geometricamente do que Varsóvia. Por entre chuviscos e temperaturas baixas fomos ladeando a Cidade Velha até chegar ao Hotel Legend. Tomámos conta do quarto e descemos para, exaustos, almoçar no hotel. O receio pelo preço não se confirmou. As bochechas de porco que almocei foram o melhor prato de toda a viagem à Polónia. Curiosamente este ano tem pendido para este prato. A versão portuguesa também excelente, acrescento. Frio estava, chuva caía. Mas era Cracóvia. Saímos. Cracóvia é famosa sobretudo pela sua Cidade Velha, bem maior que a de Varsóvia, e "original" porque não reconstruída. A velha muralha é hoje uma cintura verde que delimita a Staré Mesto, que tem a forma de um ovo. O Hotel ficava colado à cintura verde. Fomos logo até a velha Praça do Mercado. Aberta, algo elevada, o frio era cortante. A praça é enorme e tem no centro um edifício Renascença que era o antigo Mercado dos Tecidos, hoje uma feira de artesanato e equiparados para o turista. Parece que aqui o âmbar é um must. Voltámos ao hotel, voltámos a sair, o clima estava a complicar-nos a vida. Jantámos num italiano numa cave muito gira e fomos dormir. 

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