domingo, 16 de abril de 2017

Warszawa dia um.

Amanhã faz uma semana que voltei ao trabalho. É limitada a minha capacidade de controlar as companhias de estacionamento. Por muito que se acelere ou trave o passo... Por acaso estou a pensar fazer alguma coisa sobre isso. Tive por companhia do estacionamento até ao hospital alguém que após saber da minha visita à Polónia resolveu explicar-me porque não gostava de polacos. Eu percebo porque os polacos não gostaram dela. Concordo, aliás. Adiante.

O pequeno-almoço aconteceu numa ampla cozinha com a simpática companhia da Matilda. Acordara cedo com o sol em força - o quarto era virado a nascente e as cortinas completamente porosas. Um problema que iria repetir-se nos dias seguintes. Tinhamos ido antes até à varanda do quarto que dava para o pátio interior. O chão era de ferro e tinha um buraco - uma bala perdida? A Matilda assegurou-nos que não. 
Outra coisa que a minha não-amiga se tinha queixado para minha tortura no caminho entre o estacionamento e o hospital era que Varsóvia era "confusa". A Medina de Fez é confusa e ninguém se queixa. Varsóvia é uma cidade muito simples de entender. O Vístula corre placidamente de sul para norte. O Castelo Real define a entrada para a (completamente reconstruída) Cidade Velha. Quase tudo o que é importante em Varsóvia fica a oeste do rio. Do Castelo Real para sul e paralelamente ao rio faz-se o Caminho Real (hoje uma sucessão de ruas comerciais) que conduzia... o Rei até ao seu Palácio de Verão, o Palácio Lazienkovski. Esta dorsal norte-sul é cruzada por uma larga artéria que liga o leste da cidade, do outro lado do rio, ao Novo Centro, onde ficam os hotéis, os arranha-céus financeiros, a estação central de comboios e o Palácio da Cultura e Ciência, prenda soviética e edifício mais alto da cidade. Já está. Isto é Varsóvia e não conheço cidade mais simples.
O nosso hotel ficava no cruzamento deste "X". Subimos o  Caminho Real para ver o Castelo e a Cidade Velha. 
A reconstrução da Cidade Velha é perfeita. Demasiado? A minha companhia protestava por se sentir numa espécie de cenário. Eu sou velho o suficiente para ter conhecido a Praça da Ribeira do Porto com as casas por repintar, não fruta-cores como hoje estão. A Cidade Velha é também relativamente pequena - três ruas paralelas e suas transversais e uma Praça Central. Varsóvia só foi capital a partir do século XVIII. Muitas igrejas, alguns padres, algumas freiras. A norte uma barbacã e um ex-fosso separáva-nos da expansão norte da que-já-foi-pequena cidade, a "Cidade Nova", igualmente interessante, onde almoçámos. 
Depois reentrámos na Cidade Velha e descemos até ao rio cuja beira - em urbanização algo nova-rica - estava em obras. Atravessámos para leste para visitar... Praga! Assim se chama o bairro mais importante de Varsóva a leste do Vístula. Assim conseguimos os nossos metros fora do circuito turístico. Praga tem alguns espaços verdes à entrada e apercebemo-nos que aqui há uma mistura de antigo e novo, blocos de apartamentos recém-feitos e blocos de apartamentos antigos ainda com marca de bala - da segunda guerra? Vimos também as entradas para o recente é não muito utilizado Metro de Varsóvia, cujo toldo de entrada é um estilizado e espalhafatoso "M". 
Foi um dia de muito caminhar. Ainda fomos espreitar o Palácio da Cultura e Ciência - mais do que ser feio, que nem é, terá criado um vazio de espaço na cidade que dinheiro novo só agora vai preenchendo... e no fim voltámos à antesala da Cidade Velha para depois comer numa pizzaria turca no Caminho Real uma pizza turca - great mistake!  

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