sexta-feira, 31 de março de 2017

A Biblioteca do Renato.

Por convenção terminam os meses, por convenção. Por convenção celebram-se datas, acontece uma festa, testamos o equilíbrio dos dias fazendo aquele balanço que nos segreda ou que ainda não é tarde demais ou que afinal fizemos bem, pensando bem o bem aconteceu e foi feito. Os anos não são uma invenção, porém, sucessão de estações que o tempo dita, sinusóide que progride e nos leva em direcção ao nada, com ou sem sentido nem sabemos.
 
Destes anos que posso dizer? Que nada sei do que passou. Que sou apenas e só o suspeito do costume. Anos que seguram e sustentam este onde estou. Anos fundamentais todos porque por todos foi preciso passar, vida esta que não tem jardim por onde possas fugir e saltar para avançar no tempo. Foram precisos estes anos todos - sem falta. E agora que encontrei este ano, ou melhor, que este ano me encontrou, não vai haver um dia que não mereça a sua festa.
 
Muito menos o de hoje, claro.
Dia que o vejo alto e de ombros largos, acúmulo de dúvidas e de certezas e de espaço que, meticuloso, vá de preencher, como se uma biblioteca de coisas e de livros e de escritos, a construir-se com tantos escritos e livros e coisas, a preparar-se para tanta vida. 

quinta-feira, 30 de março de 2017

Do Filipe Basto algumas coisas.

Meu caro amigo, conheci-te onde mais interessa, onde comecei a ser médico. Era no oitavo piso, era no topo do mundo conhecido. Um ano mais velho e tão mais entusiasmado, tão mais entusiasmante. Que nunca abandonaste esse sorriso, a marotice de menino, o hábito antigo conservador para quem te conhece, porque pessoas antigas te fizeram. Ficámos ainda mais amigos em 93 - mas hoje não falemos desse ano, hoje não! - em Milão à procura de italianas e encontrando brasileiros. Muito aprendi contigo e, suponho, alguma coisa comigo ganhaste, um espelho deformado talvez, uma hipótese alternativa, de tão diferentes que somos, de vivermos tão diferentemente, irmãos sim na pura paixão por viver. Original é uma palavra assassina neste país. Não há ninguém como tu, quero eu dizer portanto. E como pode haver maior elogio?
Mais coisas lembro, a tua desorientação num quarto de hospital, sentado, quando me viste doente. Chamar-te amigo é pouco, conheces-me tão bem e eu a ti tão bem conheço que já há muito nos perdoamos os nossos defeitos. Agora foste embora deste Hospital que me é uma segunda casa e, um pouco, sinto-me sózinho.  

Bah, ainda temos uma ou duas coisas para falar. Sabias por exemplo que...

sexta-feira, 24 de março de 2017

A Hora da Senhora da Hora.




Que seria do Porto sem a coroa suburbana que a rodeia? A minha filha beneficiou dessa coroa nela estudando (até um determinado mau passo numa má escola... ) e aprendendo actividades muitas - chamo ao palco a Associação Cultural das Bicas da Senhora da Hora (o nome trocado não altera a qualidade e o esforço do ensino). Obrigado, professora Alexandra.

O maior herói da Grécia Antiga foi Alexandre da Macedónia, homem nascido nos subúrbios da civilização, em Pela, capital do reino Macedónio. Conquistou o Mundo a direito, da mesma forma que resolveu o famoso enigma do Nó Górdio, cortando-o de um só golpe, sem elaborar. 

Assim os suburbanos que nos salvam, os da Senhora da Hora, para não ir mais longe. Não elaboram, definem, a direito vão e deles no fim é a vitória. São o sangue novo que o velho burgo portuense agradece. São uma benção e um acrescento, são uma visão, um portento  - mas só pra quem merece...

terça-feira, 21 de março de 2017

Espuma das Segundas.

"A filha da doente pede para anular a consulta. Porque a mãe tem 92 anos diz que já não vale a pena." 

Marco Martins, Nuno Lopes, São Jorge e Alice.

Nuno Lopes recebeu um prémio de interpretação em Veneza pelo seu papel em "São Jorge", a terceira longa-metragem de Marco Martins. Nuno Lopes já tinha sido o "osso" do primeiro filme do mesmo realizador, "Alice".

Revisitei "Alice". Começo por protestar pelas condições com que põem estes filmes para visionamento público no youtube. Piratas, façam a coisa como deve ser, já agora. 'Da-se! Nuno Lopes está 12 anos mais novo mas não se nota muito. O filme é o desaparecimento da única filha, de 3 anos, do casal Nuno Lopes/Beatriz Batarda. Lembro-me de - a custo, era então a minha filha única bem mais nova - ter visto este filme pouco depois de ele sair, e de me ter parecido um filme pouco espesso. A miúda desaparece e quê? Hoje percebo melhor a coisa: a miúda desaparece e... é isso! Marco Martins consegue prencher este terrível abismo - porque na realidade nada mais acontece de realmente relevante depois da miúda desaparecer, com vários mecanismos de ilusão, o teatro que com variável coragem o pai Nuno continua a fazer contracenando com Miguel Guilherme - parece ser uma comédia! -, a ilusão de reconhecer a filha noutra menina que aparece nas câmaras de vigilância que incessantemente são visionadas, a tentativa de suicídio da mãe, outra ilusão, nem assim a menina volta. Lisboa, a Lisboa cinzenta, é muito bem filmada, percorrida sem parar por milhares de pessoas - amigo, inimigos? O tempo é, sim, confirmadamente, o mais terrível dos inimigos. E é o tempo que faz fechar este filme, recolher as câmaras de vigilância, retirar os cartazes das montras com a cara da menina, que definitivamente desapareceu. A última cena do filme permite-nos uma saída? Talvez não. A criança - um rapaz - a quem Nuno Lopes "passa o trestemunho", pode ser a próxima vítima. Marco Martins, para escrever este filme, entrevistou a mãe do Rui Pedro, um rapaz de 11 anos desaparecido em 98 e cuja história se tornou pública. Hoje, em 2017, há um possível culpado do desaparecimento do Rui Pedro a cumprir pena. O rapaz, esse, não voltou a aparecer.



"São Jorge" é mais história. É uma história. Nuno Lopes/Jorge é um boxeur desempregado que tem um filho com uma brasileira que faz limpezas. Desempregado, vê-se na contingência de ir trabalhar para uma empresa de cobranças difíceis. É o duro que fica na segunda linha para assustar, talvez mais. O filme foi filmado nos bairros da Jamaica e da Bela Vista. O filme é portanto muito sonoro, muito escuro, muito étnico, mas também muito bom. São Jorge é o santo protector da medalha que Jorge traz ao peito. Nuno Lopes consegue transmitir por inteiro a bondade do personagem, que tenta fazer o correcto, o bem. Mesmo quando bate. Que a vida não está para santos, apercebemo-nos bem cedo. O filme fala dos anos da troika, do limbo legal das ditas empresas. Mas o que fica é um bom filme e uma interpretação soberba. Bem acompanhada, aliás.




domingo, 19 de março de 2017

O Mundo.

Os nomes têm misteriosa origem. Ninguém sabe porque Ovar assim se chama, para não ir mais longe. 
Por outro lado desconheço se a ordenação da nossa Costa, passadiços e barreiras e aterros, tudo incluido, contou no seu orçamento com o facto conhecido de esta nossa Costa ir desaparecer em décadas, porque o Mar subiu. Talvez não. Enquanto não, caminhamos. Caminhemos então.
Que o Mundo gira é apresentado como facto da maior relevância. Gira sobre um eixo mas, o que importa mais, avança, filho do Sol, neto da Via Láctea, bisneto de alguma Outra Coisa. Avança e vai, com o tal eixo que inclinado prossegue, e eu acredito que alguma coisa há que o puxa e lhe dá sentido. Eu chamo a isso, a essa coisa, o Cabo do Mundo.

A Espuma das Sextas.

"As horas altas", "o sol queimoso", "comer pela hora do lavrador". D. Rosa,quanto lhe devo pela consulta?

sábado, 11 de março de 2017

Na Margem / En La Orilla por Rafael Chirbes.

Finalmente acabei, Henrique.

Enganamo-nos de propósito quando, ao falar dos tempos de riqueza que passaram, falamos de uma "bolha imobiliária" ou de uma "bolha financeira". A bolha foi do país como um todo, dos países, houve a bolha portuguesa, a irlandesa, a americana - esta imensa, tão ameaçadora -, a islandesa, a grega - uma tragédia (piada fácil)...
Temos nós este particular prazer de podermos comparar pondo-as lado a lado as bolhas portuguesa e espanhola, como nasceram, cresceram, como Portugal agora está a safar-se "disto tudo" pela esquerda, a Espanha pela direita - sim, Podemos, pela direita. Os países portanto incham e desincham, mas as consequências disto tudo nem sempre passam. Preocupa-me mais a Espanha do que Portugal, e isto porque um país é muito mais do que as suas finanças. As finanças portuguesas estão pior, mas a Espanha está muito mais doente. A bolha rebentou e o que resta é um país que é afinal como que uma grande escara, carne viva, ferida que não fecha e não fecha.
Não sabia que Rafael Chirbes morrera em 2015 - o ano em que tu, Henrique, me ofereceste este livro. "Na Margem" foi livro do ano para o Babelia em 2013. E de que trata o livro? Da escara. Do que resta de Espanha. Há um pântano, há a memória. Duas. Da eterna Guerra Civil que em Espanha parece ainda dar mais do que falar, e do ladrilho, do dinheiro fácil, e da correspondente perda das inocências, dos ideais e das possibilidades de um amor limpo, de um olhar claro, de que tudo tenha  alguma lógica e um lampejo de justiça. Chirbes escreve majestaticamente, ou seja, muito bem. Os capítulos sucedem-se lentamente, como lenta pode ser a morte, fornecendo pistas, dados, camadas de conhecimento sobre o mal, todo o mal que tomou conta de um país. Curiosamente há um pântano mas que é a antítese da metáfora fácil - foi o pântano que escondeu os republicanos dos franquistas, é o pântano que num fim (que acontece no início) fornecer uma saída lógica, uma solução (a)final. 
Chirbes consegue páginas de um grande lirismo mas logo a seguir volta à crueldade dos nossos tempos. Luiza Neto Jorge lembrava que "a vida é gesto e o amor é foda". Chirbes reforça que estes tempos são uma sucessão de más fodas ou nem isso. Chirbes tem o cuidado de no fim fugir ás metáforas e ao pessoal: as últimas palavras, o capítulo "Êxodo" lembra cuidadosamente o que aconteceu.

"- Choraremos pelos velhos tempos?
À refeição das dez da manhã, com saladas, conservas e salgados regados com azeite (polvo seco, cavala, finas fatias de moxama e ovas de atum), umas costeletas, uns enchidos, vinho e cerveja, tudo isto rematado com um café e - no meu caso - um bom conhaque (não, a mim não me sirvas whisky como a estes, dá-me antes um Martell da garrafa que tenho aí reservada), segue-se uma tertúlia sem mudar de cadeira, que se prolonga até à hora do vermute (levantamo-nos para esticar um pouco as pernas junto ao balcão? Estou meio entorpecido) e da paella (foda-se, já são horas de almoçar, e se comêssemos aqui também?), o arroz caldoso ou a aletria, que chega quando o relógio dá as três. Em redor da mesa, pedreiros convertidos em promotores imobiliários, proprietários de negócios prósperos, como eu próprio - vidrarias, canalizações, carpintarias, lojas de móveis, armazéns de materiais de construção e de tintas, gente que vive de rendimentos diversos - reunidos em harmoniosa convivência, bons rapazes que almoçam juntos e que ao mesmo tempo recebem - como uma chuva de ouro de uma máquina de moedas - as mais-valias que lhes rendem, hora após hora, cada empregado que se move por detrás de um balcão, cada secretária sentada a um computador, cada pintassilgo - espanhol, peruano, colombiano, marroquino, búlgaro ou romeno - empoleirado num andaime a assentar tijolos. 
(...)
Também eu ouço o tilintar dessa chuva, e é a felicidade perfeita, o verdadeiro paraíso. Claro, homem, digo eu, mas nada de harpas e asas angelicais, nada de sombras e formas de espírito nem de indagações teológicas, não, o nosso paraíso não é o dos católicos, mas antes um paraíso de perfil maometano: guloseimas, carne humana e álcool. O promotor charlatão confessa que passa o dia inteiro a preguiçar, da mesa para a cama e da cama para a mesa, e que, ao fim de cada dia, gosta de fazer contas: duas dezenas de mouiros ou romenos ou conguitos, ou um sortido de gente de diferentes nacionalidades, cumprem oito horas de trabalho cada um, o que dá ao todo 160 horas. Cobro ao cliente - fazendo a média das horas de trabalhadores especializados e não especializados - cerca de quinze euros à hora por cada um: portanto, 2400 euros; pago aos não especializados seis, sete ou oito euros à hora (depende da amizade e da simpatia que lhes tenho, ou do tempo que trabalham para mim; desde que trabalho por conta própria, sem o cabrão do Bertomeu, posso fazer o que me dá na gana, sou eu o patrão) e doze euros aos especializados (é pegar ou largar); ora bem, feitas as contas - somando, como te disse, as horas de especializados e não especializados - , dá uma média de oito euros à hora, o que equivale a um total de 1280 euros, os quais, subtraídos aos 2400, vem a dar 1120 de lucro: ou seja, esta tarde tão agradável, tlim, tlim, tlim, caíram-me no bolso mil cento e picos limpos, o que não é nada mau, sobretudo porque mais de metade desses trabalhadores são clandestinos e com os outros combinei deduzir-lhes do salário líquido a contribuição para a segurança social. A partir deste ponto, perco o fio à meada, porque somar dá muito trabalho."

Águas Negras / Black Water por Joyce Carol Oates.

Em Portugal os escritores norte-americanos são venerados. Eu venero Joyce Carol Oates. Voltou à minha mão - oh felicidade - um pequeno livro editado pela ASA e que se chama "Águas Negras" (no original "Black Water"). Baseado fortemente no acidente de Chappaquiddick de 1969, em que o senador Edward Kennedy atirou com um carro para um canal salvando-se e deixando morrer por falta de assistência a sua jovem acompanhante, Oates insistiu que o livro era mais do que isso, uma história sobre qualquer mulher que vê a sua confiança num homem mais velho atraiçoada, "violada". Há uma actualização temporal - o livro sai em 92 e, por exemplo, faz uma referência à primeira Guerra do Golfo - mas,,, todo o resto existe, todo o resto é triste e toda a escrita é brilhante, ou melhor, brilha no escuro da água negra em que a protagonista Kelly se afoga. Há um acrescentar de um primeiro homem violento, "G", que serve de antecâmara para a penetração decisiva, mortal, do "Senador" na vida, na morte de Kelly. 
Homens, façam o favor de ler. Mulheres, também! Mas, atenção, este livro não é um manifesto, é literatura supina. E um aviso negro.

"E a água negra à sua volta subia imperceptivelmente, aqueles fios d'água a escorrerem a pingarem como lágrimas no seu rosto, era como o tactear, o sugar das bocas de centenas de sanguessugas cravadas na sua pele, não, era simplesmemente água, ela tremia convulsivamente na água com cheiro a esgoto, gasolina, óleo, a sua própria urina onde ela se sujara. Não me abandone. Estou aqui. 
Num momento estavam  a correr aos solavancos pela estrada sulcada, a Lua a brilhar em cima e o beijo dele ainda impresso na sua boca, no outro estavam a lutar para salvar as próprias vidas, e o que fazia, era pânico cego, ela compreendia.
Ela compreendia. Ela tinha fé.
Agora lembrava-se de quem ele era: O Senador.
Ela sentiu as pontas dos seus dedos nos seus ombros nus, a sua respiração que cheirava a cerveja, a álcool... ela não era uma má rapariga, podia explicar por que, na presença do Senador, se comportava de uma maneira que a fazia parecer, ou de facto ser, óbvia, previsível, banal.
No entanto, depois de terem sido apresentados, depois de terem estado a falar com tanta naturalidade, a descobrirem tantos assuntos de que falar, por exemplo o Carl Spader, por exemplo o Citizen's Inquiry, Kelly mudara a sua opinião sobre o homem.
- era de facto cordial, gentil. Interessava-se sinceramente pelos outros. E era sem dúvida inteligente.
Ensaiar o futuro, em palavras. As tuas palavras. A tua história. Pois não deves nunca duvidar de que haverá um futuro.
E que sentido de humor!"


domingo, 5 de março de 2017

Nothing and Everything.






Estive há poucos dias num jantar de Carnaval com colegas de trabalho - amigos? É engraçado como nestes jantares acabam sempre por aparecer umas cantigas para cantarolar, ou por estímulo de um animador de festa, ou por livre e expontânea vontade. As canções são quase sempre as mesmas e conhecidas, nunca falta um Rui Veloso, os Azeitonas, o lambujo Zambujo. Lá cantarolei, bati palmas, eu, definido pela vida como o "rapaz que desafina". Rapaz já não sou, desafinarei sempre. Foi uma interessante noite onde me deu para pensar nas letras das ditas canções, simples, frases em branco e preto cheias das queridas cores. Depois chegou a palavra-passe "kizomba!" - e bazei!
Hoje fui até Vila Boa de Quires - procurem, está no mapa, vive rodeada de vinhas, o resto era nevoeiro - e fui porque lá acontecia uma simpática angariação de fundos. Tão simpática era como falhada foi. A Rita - que voz podes ter, Rita! - fazia anos e, indiferente à chuva e ao possível prejuízo, atirava-se a canção atrás de canção, também conhecidas, também quase as mesmas, a surpresa o "Power Of Love" dos Frankie Goes To Hollywood. Mais umas letras simples, cheias de "sims" e de "nãos", nunca os eternos "talvezes" com que a vida se faz. E compreendi.
Que das simples letras nos socorremos para aos deuses pedir, em acto de euforia - era Carnaval, era aniversário... - um pouco de vida simples, aqui e ali, uns poucos de dias, semanas, meses. Sabemos que não vai ser assim sempre, sabemos até que não vai ser assim a maior parte do restante tempo. Custa pedir?

PS1.: Rita, cantaste duas canções do meu Repertório. Thanks!

PS2.: Quem não pede...

Numa esquina pode aparecer uma bicicleta encostada.


Dizem que é como andar de bicicleta. Que nunca se esquece. Não comparo mas verifico. Que não foi esquecido. Falamos então da velha arte do barro. E de como as mãos são modeladoras. Verifico. A Olaria - um largo na minha terra - busca no ar o fogo que depois a água modera e fortifica. O barro faz-se boca à procura. Não comparo porque sei. E já sabia. Dizem que é como andar de bicicleta. Mas eu não sei andar de bicicleta, embora a minha filha jure o contrário. Ou se calhar sei. Que não se esquece. É o tempo nesta história o oleiro e eu na roda me encontro mais uma vez, mais as mãos modeladoras...   


sábado, 4 de março de 2017

O Aquecimento Local.

Voltou o frio. O Montemuro, o meu amado Montemuro, cobriu-se de neve mais uma vez. Cesse tudo o que a cartilha verde manda, que este tempo de global não tem nada. O calor medra pouco e curto, escasso e incerto. É buscar, senhoras e senhores, é buscar. E conseguir, já agora. Como desiderato não vejo nada mais necessário, nada mais premente. Necessito portanto de um bom Aquecimento Local. O mais...