domingo, 5 de março de 2017

Nothing and Everything.






Estive há poucos dias num jantar de Carnaval com colegas de trabalho - amigos? É engraçado como nestes jantares acabam sempre por aparecer umas cantigas para cantarolar, ou por estímulo de um animador de festa, ou por livre e expontânea vontade. As canções são quase sempre as mesmas e conhecidas, nunca falta um Rui Veloso, os Azeitonas, o lambujo Zambujo. Lá cantarolei, bati palmas, eu, definido pela vida como o "rapaz que desafina". Rapaz já não sou, desafinarei sempre. Foi uma interessante noite onde me deu para pensar nas letras das ditas canções, simples, frases em branco e preto cheias das queridas cores. Depois chegou a palavra-passe "kizomba!" - e bazei!
Hoje fui até Vila Boa de Quires - procurem, está no mapa, vive rodeada de vinhas, o resto era nevoeiro - e fui porque lá acontecia uma simpática angariação de fundos. Tão simpática era como falhada foi. A Rita - que voz podes ter, Rita! - fazia anos e, indiferente à chuva e ao possível prejuízo, atirava-se a canção atrás de canção, também conhecidas, também quase as mesmas, a surpresa o "Power Of Love" dos Frankie Goes To Hollywood. Mais umas letras simples, cheias de "sims" e de "nãos", nunca os eternos "talvezes" com que a vida se faz. E compreendi.
Que das simples letras nos socorremos para aos deuses pedir, em acto de euforia - era Carnaval, era aniversário... - um pouco de vida simples, aqui e ali, uns poucos de dias, semanas, meses. Sabemos que não vai ser assim sempre, sabemos até que não vai ser assim a maior parte do restante tempo. Custa pedir?

PS1.: Rita, cantaste duas canções do meu Repertório. Thanks!

PS2.: Quem não pede...

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