segunda-feira, 4 de maio de 2020

Alma Mahler et la poupée de Kokoschka.

 
Die Alma Puppe
 
Oskar Kokoschka viveu um apaixonado romance com a viúva de Gustav Mahler, Alma. Este romance durou de 1912 a 1915 e terminou por aparente exaustão da amante e amada.
Kokoschka demorou a aceitar a ruptura. Em Julho de 1918 encomendou uma boneca de tamanho real para "substituir" a sua amada perdida. As cartas que escreveu à bonecreira Hermine Moss a dar os detalhes do pretendido chegaram a ser publicadas em livro, logo em 1925!
A boneca, entregue a Kokoschka em 1919, não correspondeu às expectativas embora, depois de pintada e corrigida, fosse vestida e usada para presidir a jantares de amigos ocupando um lugar à mesa. E recebia os visitantes ao estúdio de Kokoschka, sentada num maple, com o seu cabelo castanho tecido, um casaco azul, de serrim cheias as suas formas.
Kokoschka acabou por cansar-se e, num jantar de despedida, decepou a boneca e atirou a cabeça para a rua, criando algum alarme na patrulha policial nocturna.
Esta história aparece em todo o lado como uma anedota e mais um facto curioso a acrescentar à natureza rebelde e iconoclasta do pintor austríaco. Afinal, o que era uma mulher para Kokoschka?
 
Cem anos depois e quando os primeiros robots para sexo estão em vias de aparecer (ou já apareceram?) parece-me que Alma Maria Schindler Mahler escapou de boa. Kokoschka terá morrido aos 93 anos casado com uma mulher 29 anos mais nova do que ele. Em meados dos anos vinte ainda havia quem dissesse a Alma Mahler que devia voltar a ceder ao interesse de Kokoschka, porque este, embora vivesse acompanhado, ainda não a tinha esquecido, e era sempre a ela que pintava nos seus quadros.

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