Diz o saber antigo
que as pútegas são as fêmeas dos grilos e que a grila é a
tringalha do meninos. Isto é, note-se, saber antigo comprovado,
incluindo verificação no Google. A pútega aparece em vários
sites como uma planta com flor parasítica e que pertence à flora
da Serra da Arrábida, mas, atenção, abaixo nas “pesquizas
relacionadas” aparece “fêmea de grilo”, ergo...
Há uns cinco. dez
anos, havia na rotunda que em Arada na 327 recebe a ligação da
A-29, havia, repito, putas. Uma delas, branca de tez e de roupa,
calção curto e blusa justa, seria ucraniana, e alta. Depois deixou
de haver. Ucranianas chamo eu a todas as moças estrangeiras muito
brancas, altas e louras. Eu sei que não se faz.
Vai para uns meses
reapareceu o negócio na rotunda que em Arada recebe na 327 a ligação
da A-29. Desta vez moça com aspecto de portuguesa, cabelo com
madeixas, miúda, um banco para esperar, logo atrás um Fiat Punto estacionado
para, assumo, o trabalho não se fazer na caruma do pinhal. Até à
quinze dias, quando uma carrinha e um toldo começaram por ali a
vender cereja de Resende. É saber não tão antigo mas igualmente
firme que isto das putas nas estradas portuguesas diz mais sobre a
saúde da economia portuguesa, em inversa proporção, do que o
PSI20.
Temo pelo fim da época da cereja.
Será que, se na próxima semana a Moody's melhorar o ranking da dívida pública portuguesa, a moça muda de ramo e não volta a aparecer, no banco sentada, à espera, na rotunda que em Arada da A-29 recebe a ligação à 327?
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