segunda-feira, 8 de julho de 2024

Anuário Ilustrado do Ciclismo.


Estamos em 2024. Hoje termina a Volta à Itália. Salvo força maior Tadej Pogacar, um moço esloveno de 26 anos incompletos, vai ganhar a prova com uma vantagem gigante de quase 10 minutos. Está cumprida a primeira etapa do seu desiderato: ganhar na mesma temporada a Volta à Itália e a Volta à França. Pogacar está a criar a sua história de 2024, a sua narrativa, cada ano seu mais interessante do que o anterior desde que, há 6 anos, venceu a Volta à França do Futuro. 

É assim que acontece. Cada ano inicia-se nova temporada do ciclismo de estrada, e cada um dos ciclistas começa a contar uma história, a sua história, uma história de vitórias e derrotas, de duelos individuais e de vitórias colectivas. Uma história para ficar (ou não) na História do Ciclismo. O ciclismo de estrada é um desporto colectivo onde um mar de ciclistas arrumados em equipas defendem uma dúzia ou duas de campeões, as estrelas da estrada. São milhares de ciclistas a competir por esse mundo fora. No escalão mais elevado, o das equipas World Tour, com um orçamento de dezenas de milhões de euros, competirão meio milhar de ciclistas, mais concretamente 524. Estas equipas são dezoito e consoante as suas posses possuem um, dois, três ou mais cabeças de cartaz de primeira grandeza ou aspirantes a sê-lo, sendo um especializado nos sprints, outro nas corridas de um dia, outro ainda nas corridas por etapas de uma semana, outro ainda - estes a espécie mais rara - especialista nas corridas de três semanas que são três, o Giro, o Tour, a Vuelta. A popularidade da Volta à França, o Tour, durante muito tempo quase eclipsou o resto das provas. A sombra do doping, o peso da maldição Lance Armstrong, que manchou sobretudo o Tour e levou a que este tivesse vários anos sem vencedor atribuído, fez com que hoje em dia as coisas estejam um pouco mais equilibradas e se dê um pouco mais de atenção às outras provas. E ano após ano, da primavera até ao Outono, o ciclismo de estrada afronta os elementos e ocupa as estradas (sobretudo) europeias dias e dias sem fim.  Para no final do ano um balanço ser feito e as equipas e os corredores serem sagrados (ou não) como os vencedores do ano, merecendo passar para a tal História. Com a particularidade adicional do Campeonato do Mundo, uma corrida de um dia, ser apenas mais um trunfo, embora de peso, para este juízo final.

O ciclismo de estrada é um desporto eminentemente europeu. E mais assim era nos meados do século XX. Mas as fundações do ciclismo de estrada vão mais longe. O Tour e o Giro começaram na primeira década do século XX. Idem todas as grandes provas de um dia, nomeadamente as hoje apelidadas de Monumentos. França, Bélgica e Itália eram os países com as provas mais importantes, numa periferia próxima a Suiça, os Países Baixos e o Luxemburgo, a Alemanha algo afastada por questões políticas, a Espanha também mais o (então seu) atraso. A primeira Milão-Sanremo foi vencida em 1907 por um francês. O primeiro Paris-Roubaix aconteceu em 1896 e foi ganho por um alemão. Mas as tensões políticas europeias entre as duas guerras dificultaram a nascente "integração" europeia (ocidental) do desporto, nomeadamente uma adequada competição entre os campeões de um e de outro lados dos Alpes. A segunda metade dos anos quarenta viu o renascer destes contactos e o ciclismo de estrada - por muito maltratadas que as estradas estivessem - voltou a ganhar vida. 

Mas vamos começar pelo princípio, ou seja, 1946.

Já agora, as fontes, a quem agradeço eternamente:

Bikeraceinfo.com

Cyclingarchives.com

Cyclingrevealed.com

Les-sports.info/cyclisme-sur-route

Mêmoireducyclisme.eu

Mundodeportivo.com/hemeroteca

Museociclismo.it

Procyclingstats.com

Etc.!

OBRIGADO!



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