quarta-feira, 1 de abril de 2015

Caramulo ao Domingo.

No domingo fui tentar reaver o Caramulo.
Ainda bem que as previsões metereológicas são ainda apenas previsões: o dia de sol que ia acontecer não aconteceu. Reaver o Caramulo foi portanto um risco.
Eram as quatro da tarde, acabara de sobreviver a um filme juvenil com a Kate Winslet. Para chegar ao Caramulo é descer até Albergaria-a-Velha e depois ultrapassar o mar de eucaliptos que ocupa as traseiras de Águeda e de Sever do Vouga, os queimados e os por queimar. E subir. Chega o momento em que se sai da auto-estrada e, a espaços, há campos bonitos e/ou floresta autóctone. Até que passamos a montanha, descemos um pouco e o ambiente insular do Caramulo com as ruas empedradas por entre árvores alpinas aparece.
Estacionei em frente ao Museu, estarrecido por do outro lado da rua estar um hotel fechado. O Museu do Caramulo era, na época pré-Berardo, o único sítio de Portugal onde se podia ver um quadro de Picasso ao vivo. A minha filha, ainda impressionada pelo Guernica que visionou o ano passado em Madrid, não ficou nada impressionada. Mais um Léger, um Amadeo Souza-Cardoso, e, num pavilhão anexo, Bugattis, Ferraris, e um Hispano-Suiza. O Museu do Caramulo é um museu “à antiga” – a exposição de uma colecção de objectos que de privados passaram a públicos – e que bem vale umas missas. Não houve tempo para tudo.
Perguntámos o sítio certo para lanchar mas antes fomos até ao Cabeço da Neve ver das melhores vistas de Portugal. Toda a espessura de Portugal ali está. Do Caramulo à Estrela está a Beira Alta toda. Para lá da Estrela o planalto de Almeida e Espanha. Para cá do Caramulo as fiadas de eucaliptos e a ria - de Aveiro – e o rio – Vouga, que se faz tardar mas acaba por terminar (como todos) no mar. Há quem diga que o primeiro rei nasceu em Viseu.
No Cabeço da Neve está uma impressionante rampa de parapente. Fica para quem sabe. Ao Caramulo voltámos para lanchar na Giesta Dourada – pastéis do Caramulo com recheio de castanha e nozes. Perdoei-lhes a publicidade a um tal “Pão de Ló tipo Ovar”.
Bom, voltámos por Ovar onde se jantou. De noite tentei também reaver o filme “O Leitor” – Oscar de Winslet a contrastar com o filme da tarde, lembram-se? Tentei mas não consegui.

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