terça-feira, 3 de abril de 2018

A cafetaria que fica dentro de um horto.

Os bonsais não têm tido sorte comigo. Não me orgulho disso. Mas viver é tentar e estou decidido a tentar outra vez. Os do Horto da Boavista, aquele que me fica mais perto, não me convenceram. Achei melhor procurar noutros sítios. Primeiro, deixem que vos diga: essa história do neo-liberalismo está muito inflacionada. Todos os hortos do Porto estavam fechados na tarde do Domingo de Páscoa. Segundo, este Março é o SEGUNDO Março mais chuvoso desde que há registo, o primeiro o de 2001 do qual me lembro bem nomeadamente quando o meu Ibiza se afogou na rotunda dos Produtos Estrela. Bom, lá fui eu então ao Horto do Tronco, na Circunvalação quem ruma para o Amial. Os bonsais eram giros, a senhora com quem me informei simpática. Tinha deixado o carro a uns cem metros ou mais. E começou a chover. Para meu espanto descobri que a casa que serve de núcleo de granito ao horto é uma cafetaria, com esplanada interna anexa. Na esplanada havia um arremedo de biblioteca e o JN do dia para consulta. Um casal  tomava o pequeno-almoço, uma senhora lia, um homem fazia umas contas com apoio de um computador. Uma televisão debitava canais tão importantes como o RNV e o LNTV, ou seja, não era a TVI, o que é sempre bom. O grupo mais animado era constituído por um par de sindicalistas a industriar umas raparigas fardadas com uns impermeáveis coloridos a fazer greve. Discutia-se direitos, falava-se de "nós" e de "eles". Fumava-se, porque permitido. Li o JN , o Porto perdera.
O Porto, cidade, ainda me surpreende. Não parava de chover. Sai bem disposto e preparado para correr. Numa aberta, a compra ainda por decidir, lá me despedi do horto mais sua cafetaria.

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