segunda-feira, 13 de abril de 2020

Georges Braque (1882-1963)

Georges Braque foi o outro tipo que, com Picasso, inventou o Cubismo.
Nascido numa família de pintores-decoradores, estudou belas-artes em cursos nocturnos. Parte para Paris no virar do século e pouco anos depois pintava paidsagens num estilo fauvista discreto. O seu contacto com as "Demoiselles de Avignon" e o contacto com a obra de Cézanne fizeram o declic. Uma exposição sua em 1908 motivou críticas exacerbadas e a referência a "pequenos cubos" que deu nome ao movimento. Pintou em íntimo contacto com Picasso até 1914 quando foi chamado para a Grande Guerra. Entretanto tinham os dois inventado o "Cubismo Analítico", onde numa tela se sobrepunham e acumulavam todas as perspectivas possíveis do objecto, num jogo que deliberadamente desafiava o espectador, e usando cores neutras e amorfas, nas antípodas do resto da pintura europeia. E depois (peri 1912) inventaram o "Cubismo Sintético", bem mais importante para o futuro da pintura, onde apenas parte do jogo era apresentado mas com o acrescento de pedaços de jornal, madeira, collages, desautorizando a tela como "aquele terreno sagrado onde só se pintava". E voltaram a ligar um pouco mais à cor. 
A Grande Guerra "acabou" com o Cubismo. Não subscreve o "regresso à ordem" aplicado por Picasso e Matisse embora simplifique um pouco a sua linguagem. A base ainda é a adquirida com a invenção cubista. Entre naturezas-mortas e algum figurativismo, a sua obra merece atenção até ao fim.

"Les Maisons a l'Estaque", de 1908, são a primeira grande contribuição de Braque para a História da Pintura. Ele e Picasso atravessam a fase "Proto-Cubista" ou "Cubismo à Cézanne".

Houses at Estaque - Georges Braque

"Le Portugais" é de 1911. Será o retrato de um músico português que Braque encontrou num bar em Marselha. Este quadro, com a letragem sobreposta, anuncia o Cubismo Sintético, que ainda não é.



"Le Musicien" é de 1918. Braque continuava no seu "Cubismo Sintético". Era o ano do fim da Grande Guerra. Viria outra pintura.

The Musician - Georges Braque

Alguma pintura tardia de Braque é mais simples. Não esta. "La patience", pintada em 1942, mantem a linguagem habitual numa tela grande. Uma mulher procura nas cartas o futuro. Acontecia outra Grande Guerra, desta vez a 2ª.


The Patience, 1942 - Georges Braque - WikiArt.org

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