sábado, 4 de abril de 2020

Toulouse-Lautrec (1864-1901)

Toulouse-Lautrec nasceu numa família nobre do sul de França. Cedo mostrou jeito para a coisa e também relativamente cedo, pela limitação física que uma doença congénita lhe condicionou (1,42m de altura com necessidade de usar uma bengala), estabeleceu um plano de vida.
Toulouse-Lautrec entrou por Paris adentro para nunca mais voltar à tona. Morreu aos 36 anos devido ao alcoolismo e à sífilis.
Contemporâneo de Gauguin, Van Gogh, etc., a sua pintura deve porém mais a Manet e Degas. A sua capacidade de retratar, desenhar, recriar o circo, o cabaret, as ruas, os prostíbulos, e os/as protagonistas era tudo o que ele queria. Às vezes forçava na caricatura. Outras vezes era brilhante, perfeito, inimitável. A frequência dos bordéis, onde Toulouse-Lautrec era bem mais do que cliente habitual, permitiu-lhe um retrato detalhado destas mulheres, um olhar verdadeiro mas também afectuoso. Era o mundo dele e por ele morreu assim novo. Toulouse-Lautrec era ainda um gourmand e cozinhava bem. Foi publicado um livro seu de receitas. Por outro lado o cocktail "Tremblement de Terre" ou "Toulouse-Lautrec" era em partes iguais absinto e cognac.

O extraordinário retrato abaixo é de Suzanne Valadon e é de 1885, tinha o pintor 21 anos. O relacionamento entre os dois não progrediu e a futura pintora tentou suicidar-se em 1888. Pode dizer-se que Toulouse-Lautrec preferia pagar nas suas relações com o outro sexo. O retrato quase prenuncia Picasso. Mas este não seria o caminho de Toulouse-Lautrec.

File:Toulouse LAUTREC, Henri - Portrait de Suzanne Valadon (Madame ...

Para saber como funcionavam os bordéis de Paris nos finais do século XIX é só frequentar a obra de Toulouse-Lautrec. Às raparigas compradas à hora pelos homens só lhes restava serem (umas das outras) amigas, amantes. "Au Lit", 1892.

In Bed, 1892 - Henri de Toulouse-Lautrec

Mas Toulouse-Lautrec será sobretudo lembrado por algumas obras-primas como a abaixo "Jane Avril dansant". A perna subida e a abrir propõe uma alegria que a cara de Jane Avril desmente. Montmartre era mesmo assim.



Toulouse-Lautrec não regateou fazer cartazes, publicidade, decorações, democratizando a sua arte. Neste sentido o século XX começou com ele.

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