"- E porque há tantos cavalos caídos neste local, Curzio? - interrogou Medardo.
- Quando um cavalo se sente esventrado - explicou Curzio -, procura aguentar as vísceras. Uns assentam o ventre no solo, outros voltam-se de barriga para o ar para não as fazerem pender. Mas não tarda que a morte venha colhê-los à mesma.
- Portanto, nesta guerra as principais vítimas são os cavalos?
- As cimitarras turcas parecem feitas de propósito para, de um só golpe, lhes abrirem os ventres. Mas mais adiante ireis encontrar os corpos dos homens. Caem primeiro as montadas e depois os cavaleiros. Ah! Mas estamos a chegar ao acampamento.
Avançando agora a galope, verificaram que os tombados da última batalha tinham sido quase todos removidos e sepultados. Via-se apenas um ou outro membro solto, sobretudo dedos espalhados pelo restolho.
- De vez em quando - notou meu tio Medardo -, há um dedo que nos indica o caminho. Que quererá isto dizer?"
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