quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Aleppo e o Rei Salomão.

A famosa parábola bíblica da justiça de Salomão aparecia num livro que eu tive da escola primária. Ao ameaçar cortar a criança ao meio Salomão provocava a esperada reacção da verdadeira mãe que logo preferia perder a criança mas que ela ficasse viva a vê-la morrer. Numa guerra civil é difícil decidir qual das duas palavras pesa mais, se a palavra "guerra" se a palavra "civil". Pesam as duas certamente e demasiado. Sobre a amálgama de combatentes em Aleppo leste não me vou pronunciar. Em guerra não nos vamos fazer esquisitos a decidir que armas são boas ou más quando um inimigo é comum, certo? Vou sim falar do governo de Bashar al Assad. Que neste encarniçamento patrocinado pela Rússia contra os rebeldes do leste de Aleppo não passa no teste da justiça de Salomão. Vão vencer a batalha, até talvez a guerra, mas a criança que é Aleppo - milhares talvez, cada uma um mundo que se perdeu - vão encontrá-la morta.

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