Ele ouvira falar de um rei lá para o Algarve que, para cativar a princesa que mantinha cativa, branca rapariga das terras do norte, enchera os irregulares campos dos seus domínios de amendoeiras e amendoeiras, surpreendendo-a no fim do Inverno com aquele último nevão de flores, flores sem fim. Que exagerado, pensou ele, a amendoeira é uma árvore tão bonita que não necessita de se repetir nem de companhia e então convidou a sua princesa para um passeio e levou-a até aquela isolada amendoeira na beira da estrada, tão carregada de flores e sugeriu-lhe: "Sobe, trepa, senta-te ali onde a árvore se divide, e serás a mais bonita flor no meio de cem!" Ele não as tinha contado, as flores que a amendoeira tinha, ele só sabia que se ela subisse passaria a árvore a ter mais uma. E ela subiu. Depois desequilibrou-se e caiu ao rio, rio que era profundo e rápido e que a levou para nunca mais.
Moral da história: que não haja rios no Algarve não deixa de ser uma vantagem.
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