quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Agostinho - 2 e outra vez Rui Costa.

Agostinho não era um “puncheur” como Rui Costa e a verdade é que raramente correu as clássicas de um dia e duvido se alguma vez o fez que não para cumprir calendário e fazer rodagem. Aconteceu nos primeiros anos para não repetir. Agostinho ganhou duas etapas no primeiro Tour porque ninguém o conhecia nem ele sabia das regras um corno. Ganhar é fugir e dar-lhe gás. Sistema que até Merckx elogiou ao referir que no ano de 69 em França os únicos ataques que tinha receado tinham sido os de Agostinho. Porque definitivos. Forte, maciço, um óptimo rolador. Mas não um sprinter. No 2º ano Agostinho tentou nova escapada e levou na roda um dinamarquês da sua equipa que, como sprinter, não puxou e no fim lhe comeu as papas. Agostinho, zangado, atirou-o contra as barreiras e foi desclassificado e multado. Ele ainda não sabia das “regras” um corno. 
A partir daqui e, sobretudo, a partir de 1971, onde Agostinho foi segundo num contra-relógio individual - CRI, fez pódio na alta montanha e terminou 5º na geral, ele deixou de ser mais um no pelotão. As vitórias que se sucederam foram portanto só mais duas, um CRI no ano – 1973 - em que foi o super-gregário dum super Ocaña, e o referido super-ano de 1979 onde "limpou" o Alpe d’Huez. 
As três vitórias de Rui Costa, com indubitável valor, aconteceram em etapas de montanha média-alta e porque o Rui não era um corredor de top dez, donde a preocupação do pelotão ter sido apenas mediana. Qualquer vitória em etapa no Tour que volte a acontecer será porque infelizmente o Rui volta a encontrar-se nessas condições ou porque o Rui Costa que nós hoje conhecemos evoluiu para outro nível.

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