quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

"Too many".

Caro Amigo: lembra-se daquele fime onde um príncipe qualquer dizia a Mozart que a música que ele tinha composto tinha demasiadas notas? “Too many notes!” Veio-me à ideia esse filme ao observar uma TAC Cerebral, a sua. Onde havia um exagero de imagens, novas, não boas. Conheço-o pouco e através de espelhos que deformam. Mas adivinho que a sua vida terá sido um exagero, um despautério de ideias, um exagero que em vidas normais daria para duas ou três vidas. Talvez por isso este queimar de órgão traduzido nas imagens que vi, desgostoso. Olhe, parabéns por essas duas ou três vidas pensadas que teve. Pudesse eu dizer outro tanto. Até porque sei que com alguma frequência passou do pensamento ao acto. E fez bem algumas coisas e outras não e outras ainda melhor. As imagens que eu não consigo esquecer embatem na minha estúpida inveja, inveja sim, eu que nada fiz e que nada vou fazer. “Too many ideas!” Disse que não o conheço bem mas deixe-me adivinhar: o seu coração também não deve estar grande coisa.

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