Uma volta no meu quarteirão não tem melhor sítio para começar do que junto da Paroquial da Boavista, o mais bonito edifício que por aqui há. Uma frase bailava nos meus ouvidos. Rodei sobre mim mesmo e depois segui para leste. E depois para norte. Direita, esquerda. Fui a uma farmácia recuperar dinheiro de uma venda suspensa, medicação broncodilatadora para Ovar. Marcha atrás e em frente, descida suave, desvio para a esquerda um pouco, uma rotunda onde todos estacionam e ninguém o devia fazer. Mais passeio mais. Uma rampa por onde subo pela beira externa, fazendo equilíbrio. A porta, a chave, subir. Redonda frase, para anos.
Conheço bem a zona onde moro. Se quisesse podia descrever detalhadamente todos os edifícios por onde passei, onde escolhi atravessar ou, em alternativa, seguir pelo passeio para depois cruzar. Outras dias houve em que saí e pelas ruas do quarteirão fora fui olhando para as gentes e para as coisas. Quando não sabemos o que fazer mais procuramos sinais, gestos, acidentes de terreno que nos indiquem como subir e por onde. Hoje não. Apenas andei. Ia eu e umas palavras. Palavras não, mais, assim como quando dizemos dedos mas realidade pensamos na mão.
E pronto, foi assim esta minha volta ao quarteirão, que é, para os entendidos da matemática, duas dúzias de alguma coisa e ainda mais... uma!
Caminhei como que em branco mas não: uma frase (palavras amigas organizadas em grupo e por mim a fazerem força) seguia a meu lado.
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