Devo assumir que antigamente era fácil entrar em Braga de carro. Já não é. Braga não devia ser um destino interessante para os meus pais. A estrada fazia-lhe uma tangente e depois seguia para o Gerês. E na verdade ainda assim é. Braga já engoliu tudo o que rodeia essa estrada para o Gerês mas ela ainda existe, bem como o Gerês como destino de fim-de-semana. E as pessoas para lá vão, comendo por ali entre a Caniçada e as Caldas, felizmente não se aventurando pela serra propriamente dita. Braga: a antiga Braga ainda existe, mas é preciso optar se escolhemos sair em Braga - Celeirós ou em Braga - Sul ou ainda em Braga - Oeste para fazer a necessária aproximação. O resto é tentativa e erro. Braga não compete com o Porto - acha que já o ultrapassou. Por isso tem um Centro Comercial que emula o Colombo: o Braga Parque. Estive ontem aproximadamente 45 minutos dentro das suas entranhas para conseguir estacionar no menos três. Explico aqui como Braga ultrapassou o Porto: nem o Norte Shopping nem o Arrábida têm um menos três. O Braga Parque associa a atracção de uma Fnac ao imediatismo da Primark. Mas não se gastou nele um cêntimo para além de um apressado lanche. A ida ao Braga Parque foi como ir à praia no verão, sendo Domingo: quando consegues estender a praia é hora de lanchar e, logo depois, de programar a volta a casa.
Tenho, descobri há pouco tempo, duas profissões, ambas começadas pela letra "M": numa delas sou motorista. E talvez nesta hoje seja mais feliz: sempre transporto e guio carga preciosa. Braga bem merece uma missa: até porque, hoje em dia, graças a um determinado autarca seu que o foi trinta e sete anos, já não reza apenas e oferece os seus edifícios de apartamentos feitos em decalcomania orgulhosamente para o alto, e engloba subúrbios com nomes tão interessantes como Lomar e Dume. Com tempo descobrirá a jóia de S.Frutuoso de Montélios.
O que tem de bom ir a Braga é reconciliar-me com os centros comerciais da... Grande Porto!
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