quinta-feira, 23 de junho de 2016

Entre Tânger e Fez aconteceu uma batalha.


De El-Rei D. Sebastião ficaram para a História várias histórias, envoltadas no manto do mito. A que sempre mais me fascinou foi a frase que El-Rei terá proferido quando percebeu que a batalha estava perdida. “Morrer sim, mas devagar!”. El-Rei morreu no mês de Agosto de 1578 em Marrocos, quente mês de Agosto onde o batalhar deve ter sido custoso. A frase valente de um rapaz de vinte e quatro anos decapitou um País. El-Rei e a sua guarda de honra, na realidade a nata da nobreza portuguesa, foi por real desígnio guerreando e guerreando campo fora até que aos mouros, que prefeririam conseguir cativos para depois obter chorudos resgates, não lhes restou outra alternativa senão mata-los a todos. Solteiro e sem descendentes não por “opção” mas por capricho e teimosia, D. Sebastião, não mau governante nos poucos anos que teve as rédeas do poder, decidiu a cor da sua página na História naquela tarde de Agosto em Marrocos. Era Portugal muito menos e aceitou D. Afonso Henriques a condição de prisioneiro em Badajoz. Se El-Rei é a cabeça e o coração e o braço armado de um País, morto El-Rei o País morre ao não haver descendência. Tivesse D. Sebastião aceite a humilhação de uma prisão e de um resgate e salvava-se um País.

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