A exposição de Miró na Casa de Serralves está a ser um sucesso. São dezasseis euros, dezasseis, pois a entrada oferece/obriga também a visita ao Parque de Serralves. Há descontos para bastante gente - a malta do BPI, eu... - mas mesmo assim pelo que me apercebi a maior parte da malta que vai é pagante, e uma percentagem alta paga em euros não portugueses, moeda mais valiosa como sabemos.
E Miró? Surrealistas espanhóis - catalães, para sermos mais precisos - foram dois, Dali e Miró. Dali criou um personagem e uma linguagem pictórica muitos elaborados, Miró aparentemente todo o contrário. Mas estes dois pintores conseguiram uma adesão do público menos entendido que não conseguiram por exemplo surrealistas franceses como Ernst ou Masson. Talvez porque não se ativeram tanto ao cânone e dedicaram-se mais a construir uma narrativa pessoal.
A pintura de Miró é a procura de uma nova simplicidade. E nunca é triste. Querem obrigar-nos a sermos tristes. Miró, que na vida real era uma pessoa discreta, não concorda. Talvez por isso a intelligentsia o tenha abandonado um pouco. Mas atenção, é tudo menos um pintor "decorativo".
PS.: numa terça à tarde - e porque o espaço dentro da Casa de Serralves é limitado - mesmo assim havia... pessoas a mais.
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