segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

A ano que teve muita gente mas Agostinho nem por isso.

Como já escrevi antes, 1975 foi um ano mau na carreira de Joaquim Agostinho, talvez o pior de todos. No entanto 1975 talvez tenha sido um dos anos de maior sucesso do ciclismo português enquanto todo colectivo. E Isto porque vários ciclistas portugueses, representando equipas portuguesas, estiveram em destaque em várias provas velocipédicas de relevo. E a equipa mais activa todo o ano foi a equipa do Coelima. Desde pelo menos 72 a equipa patrocinada pela Coelima fazia várias provas do calendário espanhol de ciclismo, no geral com resultados médios a maus. Em 74, a história foi diferente: o chefe de fila era um espanhol de valor, Agustín Tamamés, mas quem mais brilhou foi José Martins, um rapaz de Fafe então com 24 anos. Já referi o top 5 na Volta a Catalunha. Foi também 3º na Volta às Asturias, 4º na Volta a Mallorca e 13º na Volta ao Levante. Felizmente ninguém reparou nele e continuou no Coelima em 75. Em 75 Martins foi 7ª na Volta ao Levante, 10º na Setmana Catalana, 5º no País Vasco, 8º na Vuelta, ganhou Valles Mineros (uma pequena corrida de etapas nas Astúrias), foi 2º em Aragon e 3º na Volta a Catalunya (melhorando o 5º do ano anterior). Outros corredores do Coelima portaram-se bem: Manuel Rego foi 13º na Setm Catalana, 10º em Euskadi e 20º na Vuelta. Joaquim Andrade foi 26º em Levante, 24º na Vuelta e 10º em Aragón. João Sampaio foi 5º nos Valles Mineros. Por outro lado Fernando Mendes continuou uma meritória carreira internacional com o Benfica: 15º na Volta ao Levante, 6º na Vuelta (menos brilhante que Martins mas mais consistente), foi 9º nos Valles Mineros, 5º em Aragón. Correu “emprestado” a uma equipa holandesa o Tour de France mas abandonou cedo. O Benfica tinha outros corredores interessantes, nos quais se deve destacar José Madeira, 14ª no Levante, 12º na Vuelta e 4º nos Valles Mineros, António Martins (não parente do José), 13º na Vuelta, e o pai da Vanessa Fernandes, Venceslau, 12º em Levante. Volto a referir que estas duas equipas, o Coelima e o Benfica, ao contrário do Sporting, conseguiam posições interessantes na classificação colectiva. E o nunca repetido facto de se apresentarem 5 portugueses nos 20 1ºs lugares da Vuelta. É um facto que a presença de estrangeiros neste ano na Vuelta não foi extensa mas mesmo assim, por uma vez, duas equipas portuguesas dialogaram de igual para igual com o exigente pelotão espanhol.

Sem comentários:

Enviar um comentário