terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Agostinho, ano 2.

O músico tem sempre o problema do segundo disco. Agostinho teve o problema do segundo ano. Em 1970 Agostinho manteve-se sob a batuta de Gribaldy na Frimatic e na primavera foi “circular” para Espanha. Começou pela Volta Ciclista a Mallorca, onde foi sexto e sprintou com os melhores, coisa estranha, capricho de juventude. Depois iniciou a Setmana Catalana de Ciclisme, então uma das corridas de etapas mais concorrida da primavera. Ganhou a primeira etapa escapado e depois, indisposto, desistiu. Não volto a conseguir detectar actividade ciclística de Agostinho até finais de Maio. Na segunda quinzena de Maio Agostinho fez o seu primeiro Dauphiné Liberé. O Dauphiné é uma carreira alpina de uma semana que usa muitas das montanhas do Tour. Ganha o Dauphiné quem quer ganhar o Tour mas não o Giro, que então coincidia. Seria ganho por Ocaña, que antes ganhara a Vuelta. Agostinho não se fez notar a não ser no contra-relógio, onde foi 4º. Depois seguiu para o Midi-Libre, corrida também francesa de montanha mais suave. Agostinho esteve mais presente mas perdeu-se em algumas fugas e cortes, terminando 14º. Agostinho voltou a Portugal para ser outra vez Campeão. E chegámos ao Tour. Já sabiam de Agostinho, estavam avisados. Agostinho não subiu tão bem, mantendo apenas uma boa prestação no contra-relógio. Terminou 14º. A única vez que fugiu a sério levou um companheiro de equipa, o dinamarquês Morgens Frey, a reboque. No fim este passou-o, coisa corrente, claro, mas cruel de acontecer entre colegas de equipa. Agostinho atirou-o contra as barreiras e foi desclassificado. Uma vez mais Agostinho voltou a Portugal para ganhar a Volta. O fim da temporada forneceu, para melhorar a moral, 3º's lugares na subida ao Puy de Dome, atrás de Merckx (2°) e, em Montjuich, 3º também atrás de Merckx e Ocaña. Como seria o ano 3?

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