domingo, 25 de setembro de 2016

Há vinte e cinco anos ou mais, em Ermesinde.

Assisti ontem a uma aula aberta de um workshop sobre como ser um clown. Escuso de explicar porque fui assistir. Depois ainda conversei um pouco com o sujeito/a da aula sobre esta coisa dos nomes ingleses, palhaço versus clown, correr versus running, etc. A explicação que me foi dada, e que aceito, é a de que palhaço classicamente é o palhaço do circo. E que de palhaços de circo não tratava a aula eu pude apreciar.

Odeio fazer "o ridículo". Contam que, eu muito pequeno, fugi de um circo por ter medo aos palhaços. Premonitório seria... Ainda hoje lhes tenho, chamemos, respeito, apavorado pela hipótese de, apesar de oculto no meio do anónimo público, me escolherem para ser voluntário numa daquelas brincadeiras em que alguma humilhação sempre acontece. E, sim, a alopecia androgenética também contribui para esta inequação.

Há mais de vinte e cinco anos participei num curso de... como se chamava mesmo, Cláudia?.. no Seminário de Ermesinde. Interacção Pessoal seria? Ficaram boas e menos boas recordações. Fiz algumas amizades, todas entretanto perdidas. Não fui sózinho para esse curso, um erro importante e que paguei. O Curso tinha um conhecido Psiquiatra da nossa praça como mestre-de-cerimónias. Numa das "cenas" todos nós comecávamos a zurrar violentamente. Zurrar, zurrar, zurrar... Depois pediram-me para sair da sala, depois para voltar. Voltámos a zurrar, zurrar e subitamente calaram-se todos, Eu também. A ideia era eu zurrar sózinho, muito alto, e rirem-se todos. Aprender a conviver com o ridículo, seria a lição. Não aconteceu. Eu percebera o truque. O psiquiatra olhou para mim e rosnou: "Tens a mania que és inteligente!".

Que uma filha minha se exponha apalhaçada como ontem vi, impressiona-me. Ainda bem que se me parece.

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