sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Vienna the first morning.

A Áustria vai a eleições no início de Outubro. Vai repetir a segunda volta de umas presidenciais onde uma confusão com uns poucos milhares de votos tornou a vitória do candidato de esquerda "alternativo" uma situação "too close to call". A Áustria  é um país interessante. Nem os próprios sabem muito bem o que é. Dizem que foi inventada depois do fim da 1ª Grande Guerra, e que era "o que restava" do defunto Império Austro-Húngaro. Mas  o próprio nome do império mediava a suspeita de estarmos perante uma denominação bem mais antiga. É, na realidade, a "Áustria" o "Österreich", o  "reino a leste" que fez parte do Império de Calos Magno, no século IX. Portanto a Áustria não está "a sul" mas "a leste". No século XIX dizia-se que acabada Viena (para leste) começava a Ásia. Viena foi duas vezes cercada pelos Turcos. As suas muralhas só foram derrubadas em meados do século XIX para fazer o Ring, uma larga avenida que rodeia toda a velha Viena, qual muralha aberta... Para leste de Viena começa a grande planície panónica que ocupa toda a Hungria e mais algumas franjas até aos Cárpatos, planície drenando para o Danúbio.
A Áustria vai a eleições em Outubro. O outro candidato pertence àquele partido de direita apaneleirado e cujo candidato afirma "Macht Braucht Kontrolle". Adivinho que ele queira controlar alguma coisa. Não sei bem o quê: Viena é a capital mais silenciosa que eu já visitei. 
O hotel ficava perto mas fora do Ring. Chegámos ao Ring e à Rathausplatz. À direita o Parlamento, à esquerda a Câmara Municipal, também à esquerda mas já in-Ring o Burgtheater, "O" teatro de Viena. É assim que Viena nos recebe: com pompa e circunstância. Não se foi capital imperial durante séculos impunemente. Os séculos dezoito e dezanove construíram tudo isto. E muitos pináculos doirados, etc. e tal. Mas isto era só o princípio.
Passado o Ring entramos no Volksgarten. Que, não sei porquê, tem uma réplica branquíssima de um templo grego no meio. Derivando para a direita a Heidenplatz que nos apresenta a enormidade do Hofburg, a residência de inverno dos Habsburgos. Resistimos a ir visitar a Imperatriz Sissi - defunta - a Escola Espanhola de Equitação - cara - e atravessamos por umas enormes portas e passagens até chegar à Palmenhaus, uma estufa quente que abriu em 1901 e que contém um... Borboletário! Antes na Michaelerplatz fotografamos o famoso Looshaus, de Adolph Loos... O borboletário foi a primeira visita a pagantes. O espaço não é grande e é húmido e quente. Mas que muitas e muitas borboletas enormes nos façam voos rasantes ou que pousem na nossa mão... não tem preço. Saímos deslumbrados.´
Quem visita Viena não é obrigado a ir à Ópera. Mas há umas dezenas de rapazes disfarçados de figurantes da mesma que, pelas ruas fora, te querem convencer do contrário. A Ópera de Viena é um edifício colossal por fora. Sê-lo-á também por dentro. O enxame de malta com perucas a querer impingir-nos isto e aquilo é... aborrecido. Almoçámos Subway logo ali e seguimos caminho.
O que aconteceu à tarde... vem já a seguir.

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