A frequente frequência dos museus de Viena não foi por mim planeada nem imposta, aconteceu e foi benvinda pela jovem companhia, o que se apreciou.
Era o último dia em Viena, fomos ao Albertina. O Albertina chama-se assim por ter nascido de uma colecção de obras de um príncipe Alberto - portanto "Albertina" igual a "de Alberto". Mais importante saber que o palácio onde o Albertina se localiza é o chamado Palácio Tarouca, construido pelo Conde de Tarouca, Manuel Silva de Castro, conselheiro da Coroa Vienense e amigo pessoal do Marquês de Pombal, ou seja, um português. Conhecido como Museu da Arte Gráfica, recentemente adquiriu uma importante obra pictórica da transição do séc. XIX para o XX. Parte importante esta aquisição dava corpo à exposição publicitada, "De Monet a Picasso".
Ao mesmo tempo em exposição encontrámos fotógrafos interessantes, um deles indiciado como ilustrador dos tempos do Anschluss Austríaco, o que era enunciado sem peias.
A qualidade das obras não é preciso reforçar. Havia um corredor só com Paul Klee. What can I say...
Almoçámos a famosa salsicha vienense no pão, sentámo-nos nas escadas do Albertina. Fomos depois à procura de Amalienbad, uma espécie de estância termal Art Nouveau em plena Viena. Encontrámo-la mas não pudémos visitar o interior, só se a fôssemos usar. Amalienbad ficava numa praça tranquila, onde também era manifesto o mosaico de aparências que compõem esta Viena. Uma praça porém silenciosa, como silenciosa nos pareceu Viena no seu todo. Os Austríacos "originais" mais sózinhos, porém, quase sempre.
E era o fim de Viena. Fomos buscar as malas ao Hotel. Pelo caminho assistimos a duas iniciativas musicais de rua de apoio ao candidato presidencial de esquerda, a primeira folky, a segunda tecno. Apanhámos o metro até Wienna Mitte e depois o CAT, o comboio directo para Schwechat, o Aeroporto de Viena. Aeroporto este claustrofóbico, fechado, confuso, misturando entradas e saídas. Não sofremos por esta confusão e seguimos a tempo para Berlin, voo da Easyjet.
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O Aeroporto low cost de Berlim chama-se Schönefeld. Nele aterrámos. Porque era tarde permiti um novo assalto à minha carteira sob a forma de apanhar um táxi. Um germano-libanês levou-nos até ao Hotel por apenas 50 euros. A condução foi bem aventureira, nada a ver com o táxi de Viena, que cumprira devidamente os limites de velocidade. O nosso amigo libanês discutiu política, falou do Cristiano Ronaldo, ultrapassou pela direita, cruzou contínuos, enganou-se na rua de destino - felizmente a cem metros da rua desejada, Bernauer Strasse. Cinquenta euros depois, tudo acabou em bem.
O primeiro contacto com o novo hotel não foi... amistoso. Mas nada como dormir para reavaliar. Estávamos em Berlim. Willkommen!
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