segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Vienna day four.

Viena terá várias lógicas turísticas. A monumental e dos museus, a da descontracção e do Prater e a das compras. O turismo das compras, que parte da Catedral de Santo Estêvão e segue pela rua comercial mais importante - Graben - espalhando-se depois pelas suas transversais, curiosamente atrai uma enorme população feminina de niqabs e hijabs, mulheres de preto vestidas e prontas a gastar dinheiro e dinheiro. É vê-las por Graben nas esplanadas, como se mais nada em Viena interessasse. Os graus de autonomia estão em razão inversa ao processo de ocultação. Ou mais ou menos: vi três jovens mulheres em hijab, com óculos escuros e stick de selfie circularem sozinhas numa espécie de tuk tuk puxada a bicicleta e guiada por um homem. Portanto...
O certo é que a loja da Louis Vuitton tem três andares, a da Chanel dois, etc., etc.
 
Nesta manhã fomos visitar a Mozarthaus, que é uma das casas onde Mozart viveu em Viena. Casa interessante, interactiva. Não é barato visitá-la. Vou comprar as "Bodas de Fígaro", oh lá se vou! Mozart foi o  primeiro génio "pop" da música, a um tempo complexo e simples. Saímos da casa de Mozart já prontos para almoçar. Conseguimos descobrir umas passagens entre casas que sempre quebravam a monotonia das ruas do costume. Almoçámos bem e depois derivámos para o Stadtpark, onde estão os monumentos a Schubert e a Johann Strauss. Parte do parque é para lá do rio Wien, que levava muito pouca água. Qualquer casa-de-banho pública em Viena é paga e as deste parque não seriam excepção. Fomos depois conhecer a Estação Central de comboios de Viena, a Wien Mitte, para "estudar" o local de partida do comboio directo para o Aeroporto - voltar a gastar uma enormidade num táxi não era para acontecer. E depois partimos para conhecer o Danúbio.
 
O Danúbio já foi um rio perigoso para a cidade, "inundador" e isso. Viena fica para sul do Danúbio, e o rio que delimita o Ring é na realidade apenas um largo canal do mesmo. O verdadeiro Danúbio fica um pouco mais para norte e ainda é ladeado por mais dois canais, o Danúbio "novo" e um Danúbio "de cima". Portanto o Danúbio é e não é "central". Viena possivelmente não existiria sem o Danúbio. Mas o Danúbio não a define como o Sena define Paris ou o Tamisa define Londres, ou sequer o Tibre completa Roma. Talvez as inundações frequentes obrigassem a esta distância, a este respeito.
 
Por metro fomos até à Donauinsel, que fica entre o Danúbio "propre" e o Neue Donau, um canal que antecede um conjunto de arranha-céus onde residem algumas agências da ONU e possivelmente algumas das empresas que fazem da Áustria um país muito rico. Esta ilha é também uma zona verde, um pouco menos "arrumada" que o habitual mas também muito agradável. O Danúbio é um larguíssimo e tranquilo rio onde aqui e ali passam barcos porta-contentores.
 
Fomos terminar o dia a mais um parque, o Augarten. Estando na "segunda linha" dos parques de Viena não foi muito fácil de encontrar. Para variar está anexo a um antigo palácio, hoje um Museu de Cerâmica, um pouco mais modesto do que os já visitados. O parque estava bem frequentado mas praticamente sem turistas. Havia crianças, bastantes. E, dominando tudo, a enorme torre duma bateria antí-aérea nazi construída para defender Viena. Grossa, imponente, dezenas de metros de alto. Viena teve tantas destas super-torres de defesa como Berlim. Assim era de importante Viena para o Terceiro Reich. 
 
Voltámos ao centro, ao paraíso das compras. Hijabs, niqabs, hijabs. Santo Estêvão, Graben, Am Hof. Jantámos num restaurante grego para matar saudades de Atenas. A comida era razoável, cara. Perguntei ao empregado se era grego. Ele devolveu-me um sorriso... magrebino? libanês?... e disse que não. 
 
 
 
 
 

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