As Bala são galegas. A baterista é de Lugo - o Hector apontou-me a família, incluindo o entusiasmado pai, no público - e a guitarrista é da Coruña. A baterista dá pelo nom de plume de "V" - de Violeta, O nom de plume da guitarrista é "Anx Bf" - de... sei lá! Os White Stripes tornaram popular esta coisa de fazer rock só com bateria e uma guitarra. Mas não é fácil. E as Bala não soam a White Stripes. Tudo começa em V: V é relativamente pequena e o seu look gótico com uma discreta tatuagem no braço não promete o vendaval que V é capaz de produzir. Tudo o que aquela bateria é capaz de dar V vai obter, competamente engalfinhada no massacre. É muito poderio. Eis senão quando Anx Bf começa a "serrar" a guitarra. Anx Bf não é de subtilezas. Embora fosse com uma simplicidade de liceal que me agradeceu a compra de uma t-shirt e os elogios, horas depois, com as suas simples e leais calças de ganga e uma camisinha azul florida, cabelo extenso e castanho. A destruição sonora que a guitarra produz em cima do maremoto da bateria cria o pesadelo sonoro adequado para se passar uma hora - como se passou - em verdadeiro nirvana cataclísmico. Ah, e falta falar das vocais. Cantam as duas - cantarão? V vocifera coisas as mais das vezes ininteligíveis, que depois Anx Bf "corrige" gritando os refrões e o argumento ao ritmo da metralhadora da bateria. A rendição foi completa. Foi-me oferecido um vinil que eu não vou ouvir - o disco chama-se "Human Flesh" e foi editado pela... "Mata-Padres". O Hector não é tão mais velho do que eu e informou-me que a baterista é lésbica. Mais disse: "Espero que quando a minha filha fôr grande seja assim!". Estava a falar da qaulidade musical, não da orientação sensual. Não mencionou que Anx Bf é heterosexual e tem um relacionamento explicitado no face com um tal de Hugo.
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