domingo, 20 de setembro de 2015

Aí vêm uma eleições.


Agora que no outro extremo do problema, a Grécia mantém o governo que tinha, a saber: o único governo de - putativamente, já disse  o quanto gosto desta palavra? - extrema-esquerda da Europa, nós por cá estamos em campanha para as nossas eleições!

E que vamos eleger, que vamos? Deputados... E quantos, quantos? Duzentos e trinta... E quantos vai ter a coligação do governo? De noventa a cento e cinco, give or take... E o PS? De noventa a cento e cinco, give or take... Depois haverá vinte e cinco a trinta e cinco deputados distribuidos por PCP-PEV  e BE, e, possivelmente, um deputadito para o Livre e outro para o Marinho Pinto.
Portanto, que governo vamos ter? Um minoritário, que será de quem chegar primeiro, PAF - um acrónimo que, infelizmente, como sabemos, é toda uma doença - ou PS. É impossível o PS assumir qualquer acordo de incidência parlamentar com o PCP ou o BE. A distância é demasiada. Se acontecer, será uma surpresa do tamanho do universo. E é impossível hoje por hoje em Portugal acontecer um governo à alemã PS-PSD-CDS, a única maioria parlamentar estatisticamente possível, um governo que seria a coisa política mais interessante a acontecer neste país desde os anos oitenta. Porque, afinal, esta coisa de que "eu sou de esquerda e eles de direita", chegando à hora da verdade, no "arco da governabilidade e numa Europa pos-moderna, não devia contar, certo? Na Alemanha não contou... Nota: assumo que, ganhando o PS, a PAF não se desfaça para haver o "jogo" de uma coligação PS-PSD ou PS-CDS... - de Passos Coelho não espero este comportamento, de Paulo Portas espero, tudo!

Por isso vou votar LIVRE,  e apesar de não simpatizar por aí além com o Rui Tavares, o qual não vou ajudar a eleger visto votar no Porto: neste distrito é impossível eles atingirem 2,4%, o valor que concede o primeiro deputado. Mas nunca se sabe... não é, Ricardo Sá Fernandes? O importante é saber que o LIVRE nunca servirá para viabilizar coisa nenhuma - não vai ter deputados que cheguem.

Nunca se sabe.. pode o António Costa ainda acabar Ministro da Administração Interna do Pedro Passos Coelho, ou vice-versa... tínhamos a diversão garantida, era uma espécie de Jesus no Sporting, não se podia pedir melhor!

Bom, portanto, tudo como dantes QG em Abrantes, conquanto nenhuma das bestas tenha a maioria absoluta. Um governo minoritário não mexe grande merda. Passos Coelho diz que foi ele a dar a volta. Não, foi Portugal. E assim vai continuar a ser. É possível que depois das eleições as agências de rating voltem a castigar Portugal com um "downgrade" de "lixo" a "lixo menos", mas o que eu quero mesmo é que as agências de rating se fodam! 

Acham o meu voto inútil? Naaa, não é na PAF nem é no PS. Só por aqui já é de uma utilidade extrema!

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