A pergunta tem sido partilhada e partilhada. A resposta é simples: quem está fugir está fugir de países onde antes havia alguma tradição secular. Se um grão de bondade se pode dizer da ditadura da família Assad na Síria é que é/era uma ditadura secular: o hijab não era obrigatório, a sharia não era a lei, as mulheres podiam conduzir um carro. Ninguém cortava a mão direita de ninguém. Aliás a ditadura de Saddam Hussein no Iraque também não! Ganhou algumas tonalidades religiosas para não ficar mal perante o Irão. Idem a Tunísia e o Egipto em ditadura, idem a Argélia dos nossos dias. Idem a Jordânia do filho de Hussein. Todas estas ditaduras no mundo árabe nasceram nos anos cinquenta e pertenceram aos não-alinhados, etc. Eram pseudo-esquerdistas, a maioria apoiadas pela URSS, mas eram decididamente seculares.
Neste momento os países mais estáveis do Médio Oriente são fontes perenes do integralismo islâmico: o Irão e a Arábia Saudita.
Que os Sírios queiram vir para a Europa é um elogio. Seremos nós merecedores dele?
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